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Cesp defende menor volatilidade do preço da energia de curto prazo

Para diretor, qualquer mudança no PLD deve ser definidas até o fim do ano para que as empresas possam organizar suas atividades

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Por Redação
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Mais cedo neste ano, houve uma pressão de alguns participantes do setor elétrico para que houvesse uma mudança no cálculo do PLD Foto: Divulgação

A geradora de energia Cesp defende uma mudança que diminua a volatilidade do preço de energia de curto prazo dado pelo Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que baliza o mercado de energia de curto prazo, disse nesta terça-feira o diretor-financeiro da estatal paulista, Almir Martins.

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"Eu defenderia qualquer medida que pudesse diminuir a volatilidade do PLD. Eu, pessoalmente, gostaria que o PLD fosse algo mais estável, sem ter as mudanças bruscas que oscilam de semana para semana", disse ele.

Enquanto o executivo da Cesp falava em São Paulo, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Fufino, disse a jornalistas em Brasília que o órgão regulador estuda fazer uma revisão mais profunda do PLD. Uma possibilidade é alterar, a partir do ano que vem, a termelétrica usada como referência no cálculo.

Mais cedo neste ano, houve uma pressão de alguns participantes do setor elétrico para que houvesse uma mudança no cálculo do PLD, para evitar fortes variações do preço que pode cair ou subir fortemente de uma semana para outra, com base na situação hidrológica, entre outros fatores.

Há quem defenda que o custo de operação de usinas usado para compor o PLD seja o valor médio, e não o marginal.

Para o diretor da Cesp, qualquer mudança nas premissas do PLD devem ser definidas até o fim do ano "para que as empresas, já conhecendo a nova metodologia, possam fazer os seus cálculos para alocação da energia no ano seguinte".

A Cesp tem sobra de energia e o PLD alto tem sido favorável para a companhia na venda de energia no curto prazo.

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Garantias das geradoras. O executivo da Cesp disse ainda que o Tribunal de Contas da União (TCU) tem questionado órgãos de governo federal para que seja feita a revisão da garantia física das hidrelétricas, já que essas usinas estão gerando muito menos energia desde o ano passado diante do quadro de escassez de chuvas. A garantia física define o total de energia que as usinas estão autorizadas a vender. Neste ano, as usinas estão gerando, em sua totalidade, abaixo da garantia física, diante da necessidade de preservar os reservatórios. Isso tem feito com que muitas geradoras tenham fortes gastos no mercado de curto prazo com compra de energia para cumprir entregas estabelecidas em contratos. Martins disse que técnicos consideram que se a garantia física das hidrelétricas for feita, pode resultar em um rebaixamento das garantias. "O que seria ruim, porque aumenta a exposição das distribuidoras", disse. Na avaliação de Martins, a medida também não seria favorável às geradoras, porque reduziria a quantidade de energia que elas podem comercializar.

(Por Anna Flávia Rochas)

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