A montadora chinesa Chery decidiu acelerar a implantação de sua fábrica em Jacareí, no interior de São Paulo, após a medida do governo que aumentou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 30 pontos porcentuais para carros importados. Os investimentos anunciados são de US$ 400 milhões, segundo a empresa. Assim, a expectativa é que a unidade comece a operar antes do segundo semestre de 2013, conforme divulgado previamente.
O presidente da Chery Internacional, Zhou Biren, que participou hoje de teleconferência com jornalistas, afirmou que a companhia está analisando formas para alcançar o índice de nacionalização de 65%, que está sendo exigido pelo governo. "Nós iremos operar conforme a exigência do governo brasileiro. Além disso, uma maior nacionalização reduz nossos custos. O custo é muito alto para transportar peças da China", disse o executivo chinês.
Por isso, segundo ele, o índice de nacionalização da fábrica no Brasil da empresa poderá, até mesmo, superar os 65%. No entanto, Biren afirmou que a companhia gostaria de obter um prazo maior do governo brasileiro para alcançar o índice estabelecido. O executivo chinês afirmou, ainda, que a companhia também está estimulando fornecedoras de autopeças da China a se instalarem no Brasil. "Não estamos apenas fazendo uma fábrica, mas sim um parque industrial. Nossa visão é de longo prazo", afirmou.
O presidente da Chery do Brasil, Luis Curi, afirmou que irá se reunir amanhã com o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) para "negociar ajustes" na medida. Segundo ele, outras importadoras também participarão do encontro. "Nós iremos chegar a 65%, mas precisamos de um prazo maior para o fazer de forma melhor", disse. Segundo ele, um prazo de três a quatro anos seria o ideal para alcançar a meta de 65%. O executivo destacou que a montadora já possui a licença prévia para a fábrica, e a licença de instalação deverá sair em 30 dias, afirmou.
O aumento do IPI para carros importados estava em vigor desde o dia 16 de setembro, mas no fim da semana passada o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu essa medida por um prazo de noventa dias.
