A China bloqueou a exportação de uma categoria importante de minerais para o Japão, afirma o jornal norte-americano The New York Times em seu site. Os minerais raros são usados para a fabricação de vários produtos industrializados, como carros híbridos, turbinas eólicas e mísseis teleguiados. Após a divulgação da notícia, porém, Pequim negou ter limitado essas importações, segundo o Wall Street Journal.
Os dois países têm passado por um período de tensão bilateral, após autoridades japonesas prenderem um capitão de um navio chinês, acusando-o de colidir propositalmente com duas embarcações da Guarda Costeira do Japão. A prisão ocorreu no dia 7, perto de algumas ilhas do Mar da China Oriental reivindicadas pelos dois países, mas controladas pelo Japão. Acredita-se que exista uma reserva de petróleo na região dessas ilhas.
O New York Times afirma que empresas chinesas suspenderam suprimentos do Japão dos minerais chamados "terras raras", atribuindo a informação a três fontes do setor industrial. Um porta-voz do Ministério do Comércio da China, porém, negou que essa suspensão tivesse ocorrido.
A China produz mais de 90% desses cruciais elementos, usados por exemplo para a fabricação de baterias de carros elétricos. Pequim tem quase o monopólio dos 17 elementos minerais, que possuem algumas propriedades raras e são fundamentais para a produção de magnetos de alta tecnologia e turbinas eólicas, por exemplo. Assim, o governo chinês está em uma posição excelente para ditar esse comércio. Já o Japão é o principal importador mundial desses minerais.
A revista Industrial Minerals também citou, em breve texto, um trader japonês afirmando que a China havia suspendido as exportações dos minerais. A maioria dos escritórios de governos e empresas está fechada nesta quinta-feira na China e no Japão, por ser feriado. Vários executivos de empresas e funcionários públicos dos dois países disseram não ter evidências para afirmar que há um bloqueio nessas exportações, ainda que alguns tenham ouvido rumores a respeito.
Um funcionário japonês, pedindo anonimato, disse que algumas empresas perceberam que, nos últimos dias, estava mais difícil encomendar esses componentes e que algumas remessas ainda não haviam chegado. A fonte não sabia quando o problema começou nem a causa dele, mas avaliou que isso poderia estar relacionado à tensão bilateral.
Na terça-feira, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, pediu pessoalmente a libertação do capitão. O Japão tem insistido em tratar o caso como outro qualquer, afirmando que está investigando o incidente naval. Wen, na ocasião, ameaçou tomar ações não especificadas caso Tóquio mantivesse sua posição.
As informações são da Dow Jones.