Pequim, 5 - O novo embaixador brasileiro na China, Luiz Augusto de Castro Neves, comentou hoje em entrevista à Agência Estado que os recentes problemas envolvendo as exportações brasileiras de soja para os chineses. "Da parte brasileira, o assunto está encerrado. Estamos procurando atender da melhor forma possível todas as exigências fitossanitárias chinesas. No entanto, observamos a necessidade de uma maior transparência no que pode ser feito ou não. Oferecemos às autoridades chinesas um trabalho conjunto na área com o Ministério da Agricultura, a fim de exportarmos com plena tranqüilidade. O mesmo se aplica no caso dos cítricos". Em relação às exportações de carnes, o embaixador Castro Neves pareceu otimista. "O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo. Estamos preparados para atender a demanda chinesa, especialmente na área de miúdos. Há, no momento, uma missão chinesa tratando da questão em nosso País. O mesmo se aplica à carne de frangos. Vamos ver...." A questão ambiental chinesa também está na mira da equipe do novo embaixador brasileiro na China, em especial a poluição urbana provocada pela crescente frota de veículos particulares neste País. "Na China, comprovadamente, pode-se adicionar 9% de álcool combustível sem que haja qualquer tipo de modificação ou adequação anticorrosiva nos motores e acessórios dos veículos. Como evidencia a experiência brasileira, os ganhos ambientais são absolutamente significativos". O embaixador brasileiro acredita que os chineses lucrariam muito investindo na infra-estrutura brasileira. "É de interesse dos chineses investirem nessa área no Brasil. Vou citar, como exemplo, o caso do sistema ferroviário. A maior parte da soja exportada para a China é transportada por caminhões, cujos fretes aumentam o valor final do produto. A opção pelo transporte ferroviário, obviamente, tornaria o preço da soja muito mais interessante aos chineses. Além disso, os chineses já manifestaram desejo de investirem na instalação de um novo gasoduto nacional".