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Chinês Shanghai Pengxin Group negocia compra do banco Indusval

Negociações estão em estágio preliminar; Pengxin pode investir até US$ 3 bilhões em aquisições no Brasil, segundo fontes

Por Tatiana Bautzer
Atualização:
Jair Ribeiro, presidente-executivo do Indusval, teve reuniões com representantes do Pengxin, segundo fontes Foto: Werther Santana/Estadão

SÃO PAULO - O grupo chinês Shanghai Pengxin está negociando a compra do controle do banco Indusval, em estratégia para se expandir para além de commodities na América Latina, afirmaram três fontes à Reuters. Representantes do Pengxin e sócios do Indusval discutiram potenciais cenários para um acordo. As negociações estão em estágio preliminar e podem não resultar em um negócio.

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A Pengxin pode investir até US$ 3 bilhões em aquisições no Brasil, disseram fontes próximas do grupo à Reuters em abril. A busca do Pengxin por empresas dos setores financeiro, de logística e de commodities está ganhando força após a compra em abril, por US$ 200 milhões, do controle da processadora de grãos Fiagril Participações.

Representantes do Indusval e do Pengxin não comentaram o assunto. O grupo chinês não contratou um banco de investimento como assessor para a negociação com o Indusval, afirmou a primeira fonte, acrescentando que uma equipe interna que lida com fusões e aquisições no grupo asiático está analisando possíveis alvos.

Sob os termos do acordo de compra da Fiagril, o Pengxin concordou em fornecer crédito para a processadora de grãos. A compra de um banco com conhecimento e clientes nos mercados agrícolas pode facilitar os objetivos do grupo chinês em outros possíveis negócios, afirmaram a primeira e a terceira fontes.

Apesar de algumas grandes instituições financeiras chinesas terem fincado pé no Brasil nos últimos anos, os retornos dos investimentos realizados ficaram abaixo das expectativas em meio a aumento de problemas legais e contábeis.

O Pengxin está agindo com cuidado no processo de compra de um banco, depois de compras de instituições financeiras por outros grupos da China no Brasil terem enfrentado obstáculos, disseram as fontes.

O China Construction Bank está injetando US$ 217 milhões no CCB Brasil, anteriormente conhecido como Banco Industrial & Comercial (Bicbanco) e comprado há dois anos. O CCBC confirmou o aumento de capital em comunicado à Reuters.

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Jair Ribeiro, presidente-executivo do Indusval e quinto maior acionista do banco, teve reuniões com representantes do Pengxin por duas vezes nos últimos meses na China e no Brasil, afirmou a primeira fonte. Ele não respondeu a diversos pedidos para comentários sobre esta reportagem.

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