DESABRIGADOS
O município de União da Vitória (PR) está em situação de calamidade pública. Na cidade, 12.152 pessoas estão desalojadas, segundo o último boletim da Defesa Civil do Paraná, divulgado na manhã desta quarta-feira.
No total, 142 municípios no Paraná estão sendo afetados pelas chuvas, dos quais 130 estão em situação de emergência. Em todo o Estado 25.478 permanecem desalojados.
A Copel informou que o reservatório da usina de Foz da Areia, que mostrava nível de 23 por cento na sexta-feira, colaborou para evitar que as cheias rio abaixo fossem ainda piores. Em dois dias, o reservatório reteve água suficiente para aumentar seu volume em 25 por cento, um fato inédito na história da Copel.
A usina, a maior do rio Iguaçu e localizada em Pinhão, interrompeu a geração de energia, fechando comportas do vertedouro para reduzir ao máximo a vazão de água do rio. Segundo a Copel, a estratégia foi coordenada pela empresa com o ONS.
O nível do reservatório de Foz da Areia está em 66,3 por cento atualmente, segundo dados do ONS. A usina fica a 240 quilômetros de Curitiba, tem potência instalada de 1.676 megawatts (MW) e um dos maiores reservatórios da região Sul.
A Copel informou ainda que procedimentos específicos de segurança também foram adotados para a operação de todas as hidrelétricas da cascata do Iguaçu e dos demais rios do Paraná, de modo a preservar a segurança das barragens e das populações da área de influência das usinas.
Em Santa Catarina, o último número divulgado aponta para 39 municípios afetados pelas chuvas, sendo que 21 cidades decretaram situação de emergência e duas estado de calamidade pública. A assessoria de imprensa da Defesa Civil do Estado informou que o número pode aumentar após uma nova apuração que está sendo realizada.
REGIME DE CHUVAS IRREGULAR
Nos primeiros meses do ano as chuvas no norte do Brasil já haviam deixado desabrigados e interrompido a operação de hidrelétricas no rio Madeira. Já no Sudeste/Centro Oeste houve seca que reduziu rapidamente as represas, num período em que elas deveriam encher, dificultando inclusive o abastecimento de água em algumas regiões.
Em São Paulo, o Sistema Cantareira, que chegou a operar abaixo dos 9 por cento durante o início do ano, está atualmente a 23,6 por cento, depois que o governo do Estado realizou obras para bombear água que fica abaixo do nível das comportas de captação e evitar desabastecimento na região metropolitana.
Técnicos do Consórcio PCJ, associação de usuários de água das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que fazem parte do Sistema Cantareira, calculam que a atual vazão das Cataratas do Iguaçu seria suficiente para recuperar a 100 por cento as represas do sistema em seis horas e meia.