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Clubes de assinatura se diversificam e oferecem de boneco a criptomoeda

Em 2021, 2 mil novas empresas do ramo surgiram no País; o modelo começou com bebidas e livros, mas agora busca agradar a gostos mais específicos de clientes

Por Andre Jankavski
Atualização:

O dentista Arthur Agrelli, de 27 anos, sempre gostou dos bonecos do Funko Pop, que retrata figuras da ficção e celebridades com cabeças gigantes. De um ano para cá, decidiu dar o início a uma coleção. O pontapé inicial para isso foi aderir ao Nerd Cult, um clube de assinatura que fornece exemplares todo mês. Ele optou por um dos pacotes mais caros, de R$ 340, e tem direito a três unidades mensais. “Aumentei a minha coleção de cinco para mais de cem, e metade veio do Nerd Cult, pelo plano de assinatura ou pelos leilões e promoções”, afirma o dentista.

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Agrelli é um dos 700 assinantes do Nerd Cult, criado em agosto de 2020. Antes, tratava-se apenas de um perfil de conteúdo nerd, mas o criador Cleves Campos e a esposa, Joice, que é sócia, perceberam que seria possível expandir para a venda de produtos. A escolha por um clube de assinatura foi por causa da recorrência e pelo apelo que esse tipo de modelo tem em países da Europa – Campos vive em Portugal. A empresa, que tem planos que variam entre R$ 120 e R$ 360, pretende chegar a 2 mil assinantes ainda em 2022.

O Nerd Cult é apenas um dos novos clubes de assinatura que vêm surgindo nos últimos anos, em especial por causa da pandemia e da aceleração do comércio eletrônico. Segundo levantamento feito pela empresa de tecnologia e consultoria Betalabs, somente no ano passado surgiram 2 mil clubes no País, crescimento de quase 20% em relação a 2020. Em busca de fidelização e receitas recorrentes, diversas companhias, novatas ou já estabelecidas, decidiram apostar na modalidade.

Isac Honorato, da CoinGoBack: clube para investir em criptomoeda. Foto: Helcio Nagamine/Estadão

Bitcoin

E, se antes os clubes de assinatura se concentravam muito em itens de consumo, como alimentação, livros e bebidas alcoólicas, como vinhos e cervejas artesanais, os produtos e serviços hoje estão cada vez mais variados. 

Um exemplo dessa tendência é o CoinGoBack, plataforma de programa de cashback – serviço que devolve parte do valor gasto por um consumidor em uma compra – em bitcoin, que criou o seu clube para investimentos em criptomoedas

Com planos que variam de R$ 100 a R$ 500 mensais, o clube faz com que os investidores criem uma recorrência de investimento em bitcoin.

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“Começamos como uma plataforma de cashback e percebemos que os clientes queriam uma forma de investir de maneira recorrente e que pudesse ter pagamento em cartão de crédito”, afirma Isac Honorato, fundador da empresa. Para complementar, a companhia tem uma plataforma de conteúdo para também educar os investidores.

Modelo de assinatura ajuda vendas, diz pesquisa

Os clubes de assinatura podem ajudar a alavancar as vendas. Segundo levantamento da empresa de meio de pagamentos Adyen, empresas que ingressaram no formato conseguiram um aumento de até 6% no faturamento. “Vemos esse segmento como uma tendência gigantesca, e acredito que qualquer empresa pode ter o seu modelo por assinatura, de indústrias a startups”, diz Bruna Maggion, líder de marketing da Adyen.

O app de compras de supermercados Shopper tenta se diferenciar exatamente dessa maneira. Enquanto há os aplicativos de delivery disputam o título de entrega mais rápida, o foco da startup é atuar em compras programadas, em que a pessoa cria uma cesta de produtos de supermercado e os recebe todo mês. 

“O nosso modelo de negócio vem para prevenir a falta de produtos”, diz Fábio Rodas, presidente da Shopper. A empresa, que atua em 85 municípios de São Paulo, fechou o ano passado com 500 mil clientes, alta de 400% ante 2020.

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