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CNI: investimento é necessário p/manter crescimento no longo prazo

Por Agencia Estado
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Brasília, 31 - O ritmo de crescimento industrial pode ser atenuado se não houver uma retomada dos investimentos na indústria. O alerta é da própria Confederação Nacional da Indústria (CNI), que divulgou hoje estudo no qual se pretendeu avaliar se é duradouro o ritmo de crescimento, considerando que a utilização da capacidade instalada bateu recorde em junho, com 83%. Segundo o estudo, elaborado pelos economistas Paulo Mol e Renato Fonseca, "a situação da indústria como um todo ainda não é motivo para preocupações, porém o mesmo não é verdade para alguns setores específicos". A questão que o estudo levanta é se o grau de ociosidade da indústria é suficiente para sustentar o crescimento durante o período de maturação dos investimentos. O economista Paulo Mol disse à Agência Estado que as estatísticas sobre investimentos não mostram se os recursos estão sendo aplicados nos setores mais críticos. "Não sabemos se os setores próximos do limite da capacidade instalada estão investindo. Sabemos que os recursos como um todo estão chegando", disse. Segundo ele, as informações sobre investimentos são pulverizadas já que 70% dos recursos são das próprias empresas. "É preciso que o crescimento da indústria seja de maneira equilibrada, com o aumento da produção e o aumento do estoque de capital", disse Mol, ressaltando que foi fraco, nos últimos seis anos, o consumo aparente de máquinas e equipamentos. Os economistas concluem o estudo destacando a necessidade de o governo adotar medidas que estimulem os investimentos e reduzam o custo de capital como redução dos juros, desoneração dos impostos incidentes sobre bens de capital, aumento da disponibilidade de crédito e a definição de marcos regulatórios transparentes e estáveis. (Renata Veríssimo) Os setores de madeira, têxtil e máquinas e equipamentos "são fortes candidatos para um esgotamento no curto prazo caso os investimentos não se concretizem de imediato". A avaliação consta de estudo divulgado hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os economistas Paulo Mol e Renato Fonseca, autores do estudo, dividiram os setores em quatro grupos de acordo com a urgência em que o processo de investimento deve ocorrer, considerando o nível de produção nos últimos cinco anos e as indicações dos empresários, na Sondagem Industrial da CNI, sobre a utilização da capacidade instalada. Madeira, têxtil, máquinas e equipamentos formam um dos grupos. Segundo eles, estes setores estão trabalhando em níveis de produção historicamente elevados. "Esses setores operam com o mais alto aproveitamento do parque fabril e, concomitantemente, em níveis recordes de produção nos últimos cinco anos", diz o estudo. Os setores de metalurgia básica, produtos de metal, materiais elétricos, veículos, plástico e borracha e instrumentos médico-hospitalares e óticos, segundo os economistas, também merecem atenção especial, embora tenham mais espaço de manobra do que o grupo anterior. Os setores de alimentos, minerais não metálicos, papel e celulose, mobiliário, perfumaria e outros equipamentos de transportes trabalham "com folga considerável" no parque produtivo mas estão com os níveis de produção próximos do pico histórico, além de um alto nível de exportações. Segundo a CNI, estes segmentos estão mais preparados para sustentar o crescimento da atividade industrial do que os demais, além de ser improvável o esgotamento do parque produtivo no curto prazo. O último grupo engloba os setores de bebidas, editorial e gráfica, calçados, vestuário, e farmacêutico. Nestes setores, o estudo diz que não há restrição ao crescimento no curto prazo já que há grande ociosidade na capacidade instalada, além do fato de não haver uma forte demanda interna e externa, "o que deve mantê-los ainda por algum tempo como os mais ociosos em termos produtivos". (Renata Veríssimo, fim)

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