19 de abril de 2010 | 20h54
A empresa pretendia emitir inicialmente 55,813 milhões de ações. Além do lote principal, foram registradas mais 6 milhões de ações do lote suplementar, que, se não for exercido no prazo de 30 dias, reduzirá o valor da operação para R$ 446,5 milhões. Apesar do preço menor obtido na oferta, a Julio Simões acabou sendo avaliada a valores similares na comparação com outras companhias que abriram o capital recentemente e empresas do mesmo setor já listadas na bolsa, pelos cálculos de analistas.
A definição do preço do IPO, originalmente prevista para quinta-feira da semana passada, foi adiada para o dia seguinte, quando houve a redução da faixa de preço. Esse prazo, porém, também não foi cumprido e havia a expectativa no mercado de que a operação pudesse ser cancelada.
Conforme informado anteriormente pela Agência Estado, além do momento mais difícil para os IPOs, a demanda pela oferta da Julio Simões acabou sendo prejudicada por conta do processo criminal envolvendo o diretor-presidente e principal acionista da empresa, Fernando Antonio Simões. Ele é acusado de fraude em licitação e corrupção ativa em processo criminal na Bahia.
De acordo com informações do prospecto da oferta da Julio Simões, o processo - que se encontra em fase inicial e ainda não foi julgado - se refere a uma licitação de terceirização de frota de 191 viaturas para a Polícia Militar da Bahia, vencida pela companhia. Os executivos da empresa envolvidos no caso negam as acusações.
Com o registro da oferta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) hoje, a estreia das ações deverá acontecer nesta quinta-feira, dia 22, com o código "JSLG3". A empresa pretende usar os recursos obtidos dos investidores para ampliar a atuação no setor de logística, em aquisições e para melhorar o perfil da dívida. O coordenador líder da oferta da Julio Simões é o Bradesco BBI. O banco atua na operação ao lado de Credit Suisse, BTG Pactual e BB Investimentos.
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