Quase todas as grandes fabricantes de veículos estão investindo na fabricação própria de baterias, boa parte em parcerias com empresas do ramo. Para Ricardo Bacellar, da KPMG, isso tem a ver com o tema atual da falta de semicondutores.
“A bateria é um elemento absolutamente crítico para um carro elétrico, e as empresas estão internalizando a produção porque não querem correr o risco de quebra na cadeia de fornecimento, como está ocorrendo com os semicondutores”, afirma o consultor. Hoje, o fornecimento de baterias também está restrito a poucos fabricantes independentes, muitos deles de pequeno porte e instalados na Ásia.
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A falta de semicondutores é um dos impactos da pandemia de covid-19, que obrigou fábricas a fecharem as portas por alguns meses para evitar contaminações. Ao retomarem as atividades, se depararam com demanda inesperada e oferta restrita.
Outra parte do problema veio justamente da concentração de fabricantes na Ásia, que coincidiu também com um incêndio em uma das maiores fábricas de semicondutores e outros problemas enfrentados por empresas da Malásia, como o recente lockdown no país por causa do aumento de casos de covid provocados pela variante Delta.
No investimento total de mais de US$ 250 bilhões previstos pelo setor, há vários projetos de fábricas de baterias, como o recém-anunciado pela Ford. Parcela do valor também deve ser destinada a projetos de pós-venda e de serviços para carros elétricos, mercado ainda desconhecido pela maioria das empresas, pois ainda não há volume suficiente de modelos eletrificados para as empresas entenderem como vai funcionar a prestação desses serviços, assim como o comércio de modelos usados.