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Com fim da colheita de soja, Agroconsult reduz safra do Brasil

Por ROBERTO SAMORA
Atualização:

Com a colheita de soja da safra 2007/08 praticamente finalizada no Brasil, a Agroconsult reavaliou para baixo em 1,5 milhão de toneladas a sua estimativa de produção. Em um país com dimensões continentais, foram vários os motivos que reduziram a colheita, como chuvas e geadas em Santa Catarina e alta incidência de ferrugem asiática em Mato Grosso do Sul, além de seca no Rio Grande do Sul. "No geral, a estimativa caiu de 62,4 milhões de toneladas para 60,9 milhões de toneladas. Ainda assim, a safra cresceu 4 por cento em relação a 2006/07, que foi de 58,5 milhões", disse o analista da Agroconsult Fábio Meneghin, nesta sexta-feira, por telefone. Alguns ajustes na produção dos maiores produtores, como Mato Grosso e Paraná, também levaram a Agroconsult a revisar para baixo o seu número apurado durante o Rally da Safra, expedição técnica que coletou amostras das lavouras na maioria dos Estados brasileiros há alguns meses. "O único número que não mexemos foi o do Rio Grande do Sul (terceiro produtor nacional). A previsão lá ficou em uma média de 33 sacas (60 kg) por hectare", disse Meneghin, lembrando que os rendimentos foram díspares, com algumas regiões colhendo apenas nove sacas por hectare, contra outras registrando 50. No ano passado, a produtividade média do Rio Grande do Sul foi de 42,5 sacas por hectare. "Em Santa Catarina, estávamos prevendo 50 sacas por hectare, mas no final deu uma geada na região de Campos Novos, abriram as vagens, choveu granizo e acabou derrubando para 46,5 sacas." Em Mato Grosso do Sul, a produtividade média ficou em 46,5 sacas, contra 50 estimadas inicialmente, por conta da alta incidência da ferrugem em São Gabriel d'Oeste, "onde colheram 20 sacas por hectare". Em Mato Grosso, a produtividade média foi revista levemente para baixo, de 54 para 53,5 sacas, ainda um recorde. A mesma revisão foi feita no Paraná (segundo Estado produtor depois de Mato Grosso), de 52 sacas para 51,5 sacas por hectare. Com a reavaliação, o número da Agroconsult fica mais próximo, mas ainda acima, do anunciado pelo Ministério da Agricultura, que projeta a safra em 59,5 milhões de toneladas. Outros analistas também dizem que estão reduzindo suas previsões. Eduardo Godoi, da Agência Rural, cuja estimativa apontava uma colheita de 63 milhões de toneladas, afirmou nesta semana que estaria diminuindo a previsão, pelos problemas no Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. COM VENDAS AVANÇADAS, PRODUTOR ESPERA Outra consultoria privada brasileira, a Céleres, prevê uma safra de 60,2 milhões de toneladas. Os analistas dessa empresa também detectaram os mesmos problemas na colheita do Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. A Céleres apontou ainda que a comercialização da safra está mais adiantada na comparação com o ano passado em mais de 20 pontos percentuais, com os sojicultores já tendo comercializado 68 por cento da safra 07/08. "A partir de agora, ele seguirá vendendo ponto a ponto, já cumpriu suas obrigações financeiras e vai aguardar melhores preços no mercado internacional", disse o analista da Céleres Leonardo Menezes, citando como fatores altistas o nervosismo do mercado com o protesto dos agricultores argentinos e o "weather market" durante a definição da safra dos EUA. "Mas não recomendamos que o produtor segure o produto, pois os contratos futuros mais distantes (em Chicago) estão indicando preços mais baixos", com o provável crescimento da safra dos EUA, disse ele.

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