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Com indústria e serviços em queda, economia fica estagnada no 3º tri

No acumulado de 12 meses, o crescimento da economia foi de 3,7%; no ano, o PIB avançou 3,2%

Por Economia & Negócios e Agência Estado
Atualização:

A economia ficou estagnada no terceiro trimestre de 2011 na comparação com o período anterior, sobretudo pela queda da atividade na indústria e em serviços. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 0% no período. Em valores correntes, o PIB foi de R$ 1,05 trilhão.

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A estabilidade na variação do PIB do terceiro trimestre contra o segundo trimestre deste ano foi o resultado mais fraco nesta série, neste tipo de comparação (trimestre conta trimestre imediatamente anterior) desde o primeiro trimestre de 2009, o ano da crise global, quando o PIB caiu 1,7% contra o quarto trimestre de 2008.

O destaque no período foi para agropecuária, com aumento de 3,2%. Os setores de indústria e serviços tiveram variações negativas de -0,9% e -0,3%, respectivamente.

"Anteriormente, o crescimento da economia estava sendo puxado pelo setor de serviços. Este terceiro trimestre foi puxado mais pela agropecuária", lembrou a gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

No acumulado nos quatro trimestres terminados no terceiro trimestre de 2011 (12 meses), o crescimento da economia foi de 3,7% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. No acumulado em 2011 até setembro, o PIB apresentou uma expansão de 3,2%.

"Olhando pela ótica da demanda, o crescimento era puxado muito por investimentos, beneficiado por importação de máquinas e equipamentos. Mas agora os investimentos cresceram menos do que o consumo das famílias", observou.

Setores

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A queda da indústria, de 0,9%, foi puxada pela indústria de transformação, cujo índice de volume do valor adicionado reduziu-se em 1,4%. As demais atividades industriais registraram variações positivas em relação ao trimestre imediatamente anterior: Extrativa mineral (0,9%), Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (0,8%) e Construção civil (0,2%).Dentre os serviços (variação de -0,3%), as variações negativas em volume se deram no Comércio (-1,0%), Outros serviços (-0,5%) e Serviços de informação (-0,3%). As demais atividades tiveram alta: Atividades imobiliárias e aluguel (0,4%), Transporte, armazenagem e correio (0,2%) e Administração, saúde e educação pública (0,1%). Intermediação financeira e seguros teve crescimento de 1,7%.

Consumo

Pela ótica do gasto, todos os componentes da demanda interna apresentaram variações negativas no terceiro trimestre deste ano. O governo reduziu os gastos em 0,7% em relação ao segundo trimestre, o investimento (formação bruta de capital fixo) recuou 0,2% e as famílias diminuíram o consumo em 0,1%.

O recuo no consumo das famílias foi a primeira queda neste tipo de comparação (trimestre contra trimestre imediatamente anterior) desde o quarto trimestre de 2008, quando o consumo das famílias caiu 1,9%. Mas a gerente do IBGE considerou o resultado como estabilidade.

A contribuição positiva ao desempenho do PIB foi dada pelo setor externo, que registrou crescimento das exportações (1,8%) e redução das importações de bens e serviços (-0,4%).

Investimento e poupança

A taxa de investimento no terceiro trimestre de 2011 foi de 20% do PIB, inferior à taxa referente a igual período do ano anterior, de 20,5%. A taxa de poupança alcançou 18,8% no terceiro trimestre de 2011, ante 19,6% no mesmo trimestre de 2010.

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No resultado do terceiro trimestre de 2011, a necessidade de financiamento do setor público (NFSP) foi de R$ 19,7 bilhões contra R$ 24,9 bilhões no mesmo período do ano anterior. A renda nacional bruta atingiu R$ 1.028,7 bilhões contra R$ 949,0 bilhões em igual período do ano anterior; e, nessa mesma comparação, a poupança bruta atingiu R$ 196,9 bilhões, contra R$ 188,9 bilhões em 2010.

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