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Com investimentos de R$ 9 bi, Vivo prioriza internet mais veloz

Além de se preparar para leilão 5G, operadora quer virar priorizar serviços, como venda de aparelho que conecta carros

Foto do author Fernando Scheller
Por Fernando Scheller e Monica Scaramuzzo
Atualização:

A Vivo, controlada pela espanhola Telefônica, pretende investir pesado para avançar na cobertura 5G no Brasil. Líder em telefonia móvel no País, a operadora vai participar dos leilões dos blocos de frequência de quinta geração de serviços móveis, a ser realizado em março do ano que vem. O edital deverá ser enviado para consulta pública no segundo semestre e vai representar a continuidade do processo de ampliação da velocidade de conexão no País.

Boa parte do investimento – que deve chegar a R$ 9 bilhões neste ano, cerca de R$ 1 bilhão a mais do que em 2018 – será destinado à cobertura de fibra óptica. “A Vivo tem investido em infraestrutura para levar a conexão de maior velocidade a vários municípios”, disse Christian Gebara, presidente da Vivo, ao Estado. A operadora encerrou 2018 com 3,1 mil cidades com a rede 4G e 1 mil com o 4.5G.

Para Gebara, o 4G e o 4.5G ainda terão espaço. Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

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Desenho do mercado

Maior operadora do País, a Vivo não descarta olhar ativos da Oi que, em recuperação judicial, planeja se desfazer de negócios. No entanto, Gebara não vê nas aquisições o principal vetor de crescimento da Vivo.

Em março, a mexicana América Móvil, dona da Claro, desembolsou R$ 3,5 bilhões pelas operações da Nextel no Brasil. A aquisição da Nextel foi considerada estratégica para a Claro ampliar suas faixas de frequência de banda larga no País.

Para Gebara, o movimento feito pela concorrente marcou o fim da fase de aquisições de empresas de nicho. Em 2014, a Vivo deu um importante passo ao adquirir a GVT, por R$ 22 bilhões. A operadora teve a função de dar capilaridade à Vivo fora do Estado de São Paulo.

Com a compra da Nextel, a Claro herdou uma lista de frequências. Para Gebara, porém, o leilão previsto para 2020 vai permitir que as principais empresas tenham faixas para investir em redes mais velozes. A expectativa é que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) coloque à venda quatro faixas, incluindo duas de 3,5 GHz, as mais apropriadas para o 5G.

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Segundo o consultor Eduardo Tude, da Teleco, os leilões deverão ser concorridos. “O ideal é ter frequências para que todas as operadoras participem”, disse. “Caso contrário, haverá uma disputa acirrada, que pode elevar os preços.” O mais importante, com recursos que seriam investidos nas redes 5G.

Apesar de reconhecer que é preciso preparar o 5G no País, Gebarar diz que ainda há muito terreno a ser coberto pelo 4G e 4.5G. Segundo ele, a estrutura dessas duas velocidades possibilitará que o País entre na era das casas e carros conectados. Além do dispositivo Alexa, que a Amazon deve lançar por aqui em breve, a Vivo também criou um aparelho para integrar modelos mais antigos de carros a smartphones. “Esse produto vai dar toda a informação sobre o carro e criar uma rede Wi-Fi no veículo”, afirmou. “Também chegará por um bom preço.”

No entanto, à medida que a tecnologia evoluir, com a introdução dos carros autônomos, por exemplo, o 5G passará a ser necessário. Por isso, uma reivindicação das operadoras é que os leilões não tenham caráter arrecadatório, e sim de incentivo aos investimentos em infraestrutura de telecomunicações. “Hoje, o mais relevante é permitir que as companhias levem conexão às pessoas”, afirmou.

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