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Com perspectiva de alta da inflação, mercado não prevê mais cortes na Selic

Pesquisa Focus eleva projeção de inflação pela 11ª semana seguida e mostra expectativa de que o juro básico permaneça no patamar de 7,5% até o fim deste ano, sem novos cortes

Por Eduardo Cucolo e da Agência Estado
Atualização:

BRASÍLIA - A mediana das estimativas para o patamar da taxa Selic no final de 2012, que ficou em 7,25% por seis semanas seguidas, subiu para 7,50% na semana passada, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central. A expectativa dos analistas agora é de manutenção dos juros no patamar atual de 7,50% a partir da reunião de outubro do Comitê de Política Monetária (Copom). Para o fim de 2013, a projeção para a Selic se manteve em 8,25%. A pesquisa mostra ainda aumento nas expectativas para o juro médio neste ano de 8,47% para 8,53%. Para 2013, a previsão de Selic média passou de 7,58% para 7,59%. Quatro pesquisas antes, analistas esperavam juro médio de 8,47% em 2012 e de 7,63% no ano que vem. Inflação O mercado financeiro elevou pela 11ª semana consecutiva a projeção de inflação medida pelo IPCA em 2012, que passou de 5,26% para 5,35% na semana passada. Há quatro semanas, estava em 5,19%. Para 2013, a projeção se manteve em 5,50%, mesmo porcentual verificado há quatro semanas. A projeção de alta da inflação para os próximos 12 meses caiu de 5,62% para 5,59%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 5,64%. Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2012 no cenário de médio prazo ficou em 5,24%. Para 2013, a previsão dos cinco analistas se manteve em 5,20%.PIB A previsão de crescimento da economia brasileira em 2012, que estava em queda há sete semanas seguidas, foi mantida em 1,57%. Há quatro semanas, a projeção estava em 1,73%. Para 2013, a aposta se manteve em 4% pela sétima semana. A projeção para o desempenho do setor industrial em 2012 continua negativa, mas passou de -1,92% para -1,82%. Para 2013, economistas preveem avanço industrial de 4,25%, mesma projeção da pesquisa anterior. Um mês antes, a pesquisa apontava estimativa de retração de 1,55% neste ano e de expansão de 4,5% no próximo ano. Analistas mantiveram ainda a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2012 em 35,5%. Para 2013, a projeção passou de 34% para 34,15%. Há quatro semanas, as projeções estavam em, respectivamente, 35,25% e 34% do PIB para cada um dos dois anos.Preços As projeções para os IGPs em 2012 e 2013 voltaram a subir na pesquisa Focus. A aposta para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) neste ano avançou de 8,51% para 8,70% (13ª elevação seguida). Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que corrige a maioria dos contratos de aluguel, a expectativa subiu de 8,36% para 8,47% (14ª elevação). Quatro semanas atrás, o mercado previa altas de 8,16% para o IGP-DI e de 7,85% para o IGP-M. Para 2013, a estimativa de alta para o IGP-DI passou de 5,11% para 5,32%. Para o IGP-M, a expectativa subiu de 5,24% para 5,26%. Há quatro semanas, as projeções para os dois índices estavam em 5%. A pesquisa também mostrou que a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em 2012 ficou em 4,37%. Há um mês, a expectativa dos analistas era de alta de 4,32% para o índice que mede a inflação ao consumidor em São Paulo.Câmbio As projeções para a taxa de câmbio no final de 2012 e de 2013 se mantiveram em R$ 2,00 pela sétima semana seguida. Para o fim de setembro, a previsão ficou em R$ 2,02. Para o fechamento de outubro, foi mantida em R$ 2,01. Na mesma pesquisa, o mercado financeiro elevou a previsão de taxa média de câmbio de R$ 1,94 para R$ 1,95 em 2012. Para 2013, a projeção foi mantida em R$ 2,00. Há um mês, a pesquisa apontava que a expectativa de dólar médio estava em R$ 1,94 em 2012 e em R$ 1,99 no próximo ano. A mediana das projeções para o câmbio dos analistas do Top 5 médio prazo ficou em R$ 2,05 para o fim de 2012. Para o fechamento de 2013, se manteve em R$ 2,10.Conta corrente O mercado financeiro reduziu a previsão de déficit em transações correntes neste ano. A mediana das expectativas de saldo negativo na conta corrente em 2012 caiu de US$ 58,22 bilhões para US$ 57,75 bilhões. Há um mês, estava em US$ 58,71 bilhões. Para 2013, a previsão de déficit nas contas externas se manteve em US$ 70 bilhões pela oitava semana. Na mesma pesquisa, economistas alteraram a estimativa de superávit comercial em 2012 de US$ 18 bilhões para US$ 18,04 bilhões. Quatro semanas antes, estava em US$ 18 bilhões. Para 2013, a projeção subiu de US$ 14,40 bilhões para US$ 14,48 bilhões. Há quatro semanas, estava em US$ 15 bilhões. A pesquisa mostrou ainda que as estimativas para o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED), aquele voltado ao setor produtivo, subiu de US$ 55 bilhões para US$ 56 bilhões em 2012. Para 2013, a expectativa de ingresso de IED passou de US$ 58 bilhões para US$ 59,02 bilhões. Há um mês, analistas esperavam entrada de US$ 55 bilhões em 2012 e US$ 59 bilhões em 2013.

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