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Com projeto atrasado, parte do Hotel Glória está à venda

Por Felipe Werneck
Atualização:

Inaugurado em 1922, o tradicional Hotel Glória, na região central do Rio, foi comprado em 2008 pelo empresário Eike Batista, que agora colocou à venda parte do negócio. A REX, braço imobiliário do grupo de Eike, informou que ?a empresa está em adiantada negociação com a bandeira hoteleira que entrará como sócia e deverá realizar adaptações no projeto?. Uma grande reforma teve seu pico em 2010, mas depois o ritmo caiu e a obra atrasou.Segundo o cronograma oficial, o início das operações do hotel estava previsto para o primeiro semestre de 2014. Eike recebeu financiamento para a obra de R$ 190 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do programa ProCopa Turismo. No entanto, é improvável que a reforma, nos moldes em que foi anunciada, seja concluída até o início da Copa do Mundo.?A preocupação é grande em relação a um patrimônio da cidade. Espero que, com a venda, o ritmo de obras seja retomado?, disse a diretora cultural do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Cêça Guimaraens.O Hotel Glória não é tombado, mas o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acompanha as obras por causa da proximidade com a Igreja da Glória. ?O retrofit na parte interna do hotel é violento, mas a equipe que cuida da restauração da fachada é séria?, acrescentou a arquiteta.Eike também adquiriu um antigo prédio na esquina do Morro da Viúva, na orla do Flamengo, para transformá-lo em hotel de luxo, com 454 quartos, áreas de lazer, lojas, restaurantes, piscina e novos andares de garagem. Além dos dois hotéis, o empresário apresentou ao Iphan um polêmico projeto de revitalização da Marina da Glória, no Aterro do Flamengo, tombado em 1965, que prevê centro de convenções, novas lojas e 600 vagas de estacionamento. Com os três projetos, ele pretendia criar um ?triângulo? empresarial na região.O prédio do Hotel Glória foi projetado pelo francês Joseph Gire, também responsável pelo Copacabana Palace e pelo Palácio Laranjeiras, uma das sedes do Governo do Estado. Após a reforma, o nome mudaria para Gloria Palace Hotel. O projeto do primeiro cinco estrelas do País foi encomendado pelo então presidente da República, Epitácio Pessoa, por causa do centenário da Independência do Brasil. Na época, a sede do governo federal ficava no Palácio do Catete, a 1,5 quilômetro do hotel. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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