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Com queda de vendas no País, MAN planeja dobrar exportações

Crise afetou as vendas no mercado doméstico; fábrica de Resende (RJ) exporta hoje de 15% a 20% de sua produção

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Por Redação
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Diante da contínua queda do mercado brasileiro e do cenário cambial mais favorável, a meta para os próximos 3 anos é expandir exportação Foto: Divulgação

A MAN Latin America, fabricante de caminhões e ônibus das marcas Volkswagen e MAN, pretende dobrar as exportações de sua fábrica em Resende (RJ) nos próximos três anos, como forma de lidar com a queda na demanda brasileira por veículos comerciais, que levou o setor a uma ociosidade de cerca de 80% no fim de março.

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O presidente executivo da MAN Latin America, Roberto Cortês, afirmou que a montadora tradicionalmente exporta cerca de 15% a 20% de sua produção em Resende, mas, diante da contínua queda do mercado brasileiro e do cenário cambial mais favorável, a meta para os próximos três anos é expandir esse nível para 35% a 40%.

O plano de ampliar as vendas externas vai contar com R$ 100 milhões de um total de R$ 400 milhões a serem desembolsados pela MAN no País até 2017, disse Cortês. Com esse foco, investimentos na construção de uma fábrica na Argentina pela companhia ficam mais difíceis de acontecer. “Hoje, pela proximidade geográfica de Resende e com a ociosidade da fábrica atual, sob o ponto de vista financeiro, fica difícil justificar a fábrica na Argentina”, disse.

A fábrica do Rio produz 110 veículos por dia, ante pico em 2011 de 350 diários, perto da capacidade nominal da unidade de 400 por dia, ou 100 mil anuais.

Diante do cenário em que as vendas de caminhões no Brasil desabaram 32% no primeiro trimestre, contra o mesmo período de 2015, Cortês lançou ontem o slogan “Vire a Chave”, parte de estratégia para tentar convencer clientes a decidirem pela compra de veículos da marca. Questionado, Cortês afirmou que trata-se de “coincidência” a escolha da data de lançamento da campanha na mesma semana em que a Câmara dos Deputados decide sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“Precisa haver mudanças. O que não é possível é ficarmos discutindo impeachment até 2018”, afirmou o executivo. “Eu esperava termos chegado ao fundo do poço já algumas vezes, mas, quando se chega a um nível que as vendas da indústria são 70% abaixo do que já foram, acho que estamos agora perto do fundo do poço”, disse.

Ele afirmou que a expectativa da empresa para as vendas de caminhões e ônibus no mercado brasileiro neste ano é de 60 mil unidades, perto dos 61.344 veículos de 1999. Em 2011, pico atingido pelo setor, foram 200 mil veículos.

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Ajustes. Segundo o executivo, a montadora está ajustada ao atual patamar de demanda no País, descartando novos programas de demissão voluntária ou medidas mais radicais, como reduções em massa. Desde 2012, a empresa tem enxugado pessoal em Resende por uma série de mecanismos trabalhistas e com isso o número de operários no complexo caiu de 5,5 mil para 3,5 mil atualmente, dos quais 1,5 mil são contratados diretamente pela MAN. 

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