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Comércio lidera alta do consumo de energia em junho

Por Dimalice Nunes
Atualização:

O aumento de 2,2% no consumo de energia elétrica em junho de 2011 ante o mesmo período do ano passado foi puxado pelo setor de comércio e serviços, cuja demanda expandiu 5,5% no mês. Apesar de representar apenas 16% do total, esse segmento foi responsável por 40% do aumento do consumo no mês, de acordo com os dados divulgados hoje pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).De acordo com a Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica, em termos regionais, os maiores crescimentos ocorreram no Norte e no Centro-Oeste. No Nordeste, houve retração do consumo, basicamente em razão da queda da demanda industrial na região. Esses resultados foram apurados pela EPE junto aos agentes que atuam no setor elétrico brasileiro.Na indústria, o consumo de energia elétrica durante o mês de junho totalizou 15.350 gigawatts-hora (GWh), crescimento de 1,1% frente ao mesmo mês de 2010. A retração da demanda no Nordeste foi determinante para este resultado. A saída da Novelis (alumínio) na Bahia (cerca de 33% do consumo industrial regional), a parada temporária (20 dias) da alagoana Braskem (petroquímica) e a redução da produção, para ajuste de estoque, da Coteminas (têxtil) na Paraíba, explicam o resultado. O consumo industrial nesses três Estados recuou 10%, 34% e 11,5%, respectivamente.No Sudeste, o consumo industrial de energia cresceu 0,9%, a menor taxa em 18 meses. Essa queda se explica, em parte, pela retomada da autoprodução de energia na indústria siderúrgica fluminense. A expansão do consumo nas regiões Norte e Centro-Oeste reflete os efeitos da entrada de novas cargas no Pará (indústria de ferroníquel) e em Goiás (indústria mineradora).O consumo comercial aumentou 5,5% em junho, totalizando 5.721 GWh. À exceção do Nordeste (1,1%), houve forte crescimento em todas as regiões, com taxas que variaram de 5,6% (Sudeste) a 8,0% (Sul). No Nordeste, a expansão modesta esteve relacionada, de uma forma geral, aos feriados de Corpus Christi e São João, ambos prolongados, que impactaram a atividade comercial e de serviços. Em especial, houve retração do consumo deste segmento na Bahia (2,1%) e no Ceará (0,3%), que representam 43% do consumo comercial regional. No Sul, as taxas de crescimento foram elevadas em todos os estados, com destaque para Santa Catarina (11%). As concessionárias da região têm atribuído esse resultado em parte à reclassificação de condomínios residenciais para a classe comercial, conforme estabelece a Portaria nº 414/2010 da Aneel.O consumo de energia pelas famílias brasileiras cresceu 2,5% em junho, refletindo as alterações nas condições climáticas que ocorrem no período de transição do verão para o inverno austral. Acentuou-se, no mês passado, o declínio das temperaturas no Centro-Sul do país. Houve ainda chuvas fora do habitual no Nordeste. No Ceará e na Bahia o consumo recuou 1,7 e 2,2%, respectivamente, em relação a junho de 2010. Além da questão climática, o estado da Bahia foi influenciado pelo calendário de faturamento (menor número de dias faturados). Em contrapartida, houve expansão acima de 5% no Maranhão, na Paraíba e em Alagoas. No Sul, o crescimento foi baixo. Além da reclassificação de condomínios para a classe comercial (nesse caso, explicando uma expansão menor), houve o efeito da temperatura, fenômeno que se estendeu pela região Sudeste como reflexo das incursões de massas de ar frio. Nesta região, o crescimento foi baixo em Minas Gerais e no Rio de Janeiro (1,5%, em média). Apenas em São Paulo, o consumo residencial cresceu a taxas relativamente maiores (+4.6%).

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