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Companhia aérea Mexicana devolve aviões e suspende serviços

Maior do setor no México, empresa pediu concordata no início deste mês

Por Álvaro Campos e da Agência Estado
Atualização:

A companhia aérea Mexicana está devolvendo um quarto de sua frota de aeronaves para empresas de leasing e está suspendendo alguns serviços oferecidos por suas unidades regionais, focadas em produtos de baixo custo. Esta é a primeira vez que a empresa, a maior companhia aérea do México, toma tais medidas. A Compañía Mexicana de Aviación, principal unidade de voos internacionais do grupo, já havia suspendido alguns voos, depois de pedir concordata no dia 2 de agosto.

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Segundo Adolfo Crespo, vice-presidente sênior de serviços ao consumidor e comunicação corporativa, a Mexicana devolveu sete aeronaves, sendo que outras oito deverão ser devolvidas até o fim desta semana. A Mexicana tem uma frota operacional de 64 aviões, mas três já haviam sido tomados pelos proprietários.

A holding Grupo Mexicana disse em comunicado que uma "redução temporária dos voos" afetaria todas as suas três companhias aéreas a partir desta quarta-feira, 18. As operações da unidade de viagens de baixo custo, chamada MexicanaClick, e da MexicanaLink não fazem parte do pedido de concordata, mas a holding disse na semana passada que o processo estava afetando as duas. A Click utiliza aviões Boeing 717 alugados do braço financeiro da Boeing, enquanto a Link trabalha com jatos regionais da Bombardier.

A publicação Aviation Week informou que a Mexicana concordou em devolver 27 aviões Airbus, 12 deles para a unidade de leasing da General Electric, que se recusou a comentar o assunto.

Enquanto a Mexicana luta para sobreviver, os sindicatos de comissários de bordo e de pilotos estão procurando por novos investidores para injetar capital novo e salvar a companhia. O jornal mexicano Reforma disse hoje que o sindicato dos pilotos, o Aspa, chegou a um acordo com a empresa de private equity Advent, que investiria US$ 49 milhões na empresa.

Segundo Antonio Vargas, porta-voz do Aspa, o sindicato "está trabalhando com um ou dois grupos de investidores". Mas ele acrescentou que não sabe quem são esses investidores, nem se a Advent está envolvida ou que quantia de investimento está sendo negociada. A Advent não foi encontrada para comentar o assunto.

Os sindicatos estão otimistas que a Mexicana vai sair do processo de concordata com a mesma marca, mas com uma nova administração, disse Vargas. Como a empresa "deve mais ou menos seis vezes o seu valor", será necessária uma redução nas operações, no tamanho da frota e da equipe, ressaltou o porta-voz. As informações são da Dow Jones.

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