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Consórcio francês vai financiar parte de Angra 3

Liderados pelo Société Générale, grupo de bancos será responsável por financiamento de R$ 3,36 bilhões da usina nuclear, que vai custar R$ 10,4 bilhões 

Por Kelly Lima
Atualização:

Um consórcio de cinco bancos franceses liderados pelo Société Générale foi escolhido pela Eletrobrás para financiar 1,5 bilhão (R$ 3,36 bilhões) na construção da usina nuclear de Angra 3. O consórcio disputou a operação com outro grupo de bancos franceses.

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As propostas foram entregues em 30 de dezembro, e a definição final depende ainda de aprovação dos Ministérios de Planejamento e da Fazenda, antes de ser encaminhada ao Congresso.

Segundo o gerente de planejamento e orçamento da Eletronuclear (subsidiária da Eletrobras), Roberto de Carvalho Travassos, a oferta tem validade de seis meses. Além do Société Générale, participam do consórcio financiador os bancos Crédit Agricole, BNP Paribas, Santander e CNC.

As condições da operação não foram reveladas ainda, mas Travassos disse que "se trata de uma das melhores captações já feitas pelo setor elétrico brasileiro".

No total, a usina de Angra 3 terá custo de R$ 10,4 bilhões. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já aprovou financiamento de R$ 6,1 bilhões para encomendas feitas no mercado nacional.

A Eletronuclear também assinará nesta semana o financiamento de R$ 890 milhões com a holding Eletrobrás para a construção da usina. Os recursos serão oriundos da Reserva Global de Reversão (RGR), encargo cobrado na conta de luz. A usina deve entrar em operação em 2015, com capacidade total de 1.405 megawatts.

Local. O presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, disse ontem em entrevista que pretende entregar até meados deste ano "um cardápio de possibilidades", sugerindo ao Ministério de Minas e Energia 40 localidades possíveis para receber as instalações de quatro novas usinas nucleares no País, com capacidade de 1.000 MW cada uma.

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Ele descartou apenas a Região Norte como candidata a receber os investimentos e disse que a Região Nordeste é a principal candidata para receber as duas primeiras unidades. Os trabalhos indicam quatro microrregiões favoráveis à construção dos empreendimentos, nos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco.

Pinheiro defendeu a escolha da Região Nordeste por causa do forte crescimento econômico verificado os últimos anos. "Deverá ser o principal local a ser avaliado pelo governo", disse o presidente da Eletronuclear. Ele ressaltou ainda que a escolha das cidades-sede das usinas é um processo "delicado". "Foram analisados cerca de 2 mil itens para chegarmos a 40 candidatas."

Entre os pré-requisitos para a disputa, ele destacou a necessidade de existir uma fonte de água próxima à usina e ainda lembrou que não pode ser uma região que apresente falhas geológicas ou próxima a grandes centros urbanos. A estimativa de custo de uma usina nuclear gira em torno de US$ 3 bilhões.

A previsão é de que entre a escolha da cidade e a entrada da usina em operação haja um prazo de dez anos. Ainda segundo o executivo, os locais serão escolhidos para abrigarem cada um uma unidade, mas deverão ter área disponível para três unidades cada.

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