Os consumidores que pagam regularmente pela energia que consomem arcaram no ano passado com uma conta de R$ 8,1 bilhões para bancar parte das perdas que as distribuidoras tiveram por causa de fraudes e furtos de eletricidade, mais conhecidos como "gatos" na rede elétrica.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela contabilização, ainda não fechou os cálculos sobre qual foi a perda total das distribuidoras. Oficialmente, as empresas podem ratear parte do prejuízo com os consumidores cadastrados quando é calculado o valor das tarifas.
O volume de eletricidade desviado no ano passado equivale a 8% do consumo do chamado mercado cativo, formado pelos consumidores que só
podem comprar energia da distribuidora que atende a região onde está sua residência ou indústria.
Segundo a Aneel, a energia perdida em 2010 era suficiente para abastecer, durante um ano, todos os 774 municípios atendidos pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e as 217 cidades com fornecimento garantido pela Companhia Energética do Maranhão (Cemar).
A região com maior índice de desvio de energia foi a Norte, onde 20% da eletricidade distribuída acabou não gerando receita para as empresas. O Sudeste aparece em segundo lugar, com um índice de perda de 10%, seguido pelo Nordeste (9%), Centro-Oeste (5%) e Sul (3%).
A Aneel considera como consumo irregular - ou perdas não técnicas - erros na medição do que foi consumido, falhas no processo de faturamento,falta de medidor nas empresas e residências e as fraudes e furtos de energia.
Entre as distribuidoras, a Celpa, do Pará, lidera o ranking de perdas, com uma taxa de 24,4%. A Light, do Rio de Janeiro, tem a segunda colocação, com perdas atingindo 24,2% da energia distribuída. A Eletropaulo aparece em 11º lugar no ranking da Aneel, com perda de 10,8%. A Bandeirante está na 13ª posição, com consumo irregular na casa de 10,1% da energia distribuída.