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Consumo sente crise e faz Abinee reduzir estimativa de vendas

Por Tais Fuoco
Atualização:

Os segmentos mais voltados ao consumo estão sentindo os efeitos da crise com mais intensidade e levaram a indústria elétrica e eletrônica a reduzir a expectativa de faturamento em 2009. O setor, reunido pela Abinee, informou nesta terça-feira a expectativa de que a receita cresça 4 por cento este ano, ante projeção anterior informada em dezembro de que cresceria 7 por cento. Em 2008, a receita dessa indústria cresceu 11 por cento, para 123 bilhões de reais. Enquanto obras de infraestrutura ligadas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), assim como os setores de petróleo e gás e papel e celulose, seguem com boas perspectivas, os segmentos de consumo estão pressionados pela crise financeira. "As obras de infraestrutura continuam a gerar demanda por equipamentos", afirmou Humberto Barbato, presidente da Abinee, em encontro com a imprensa. Já os setores ligados ao consumo final, como celulares, microcomputadores e eletrodomésticos, esperam forte queda na receita de 2009, afirmou ele. Segundo Paulo Castelo Branco, diretor de telecomunicações da Abinee, a expectativa apurada junto às associadas da entidade é que o setor de infraestrutura de redes tenha uma receita 6 por cento maior, mas a de aparelhos celulares caia 29 por cento, o que fará com que a projeção de receita do segmento de telecomunicações como um todo seja negativa em 9 por cento. "A expectativa de crise chega muito rapidamente ao consumo", disse Castelo Branco. Segundo ele, trata-se muito mais de um sentimento do que de falta de crédito efetivamente. "Com medo, o consumidor está refreando o consumo", reiterou. Em 2008, o Brasil adicionou 30 milhões de novos usuários de celular, lembra Castelo Branco, mas a expectativa para este ano é que sejam 25 milhões de novos clientes. Além disso, a troca de aparelhos deve perder força. O efeito também se sente no setor de microcomputadores. Depois de um salto de 20 por cento nas vendas, em unidades, em 2008, a Abinee projeta crescimento zero neste ano para os PCs como um todo. A associação acredita que serão vendidas as mesmas 12 milhões de unidades de 2008 este ano, mas o número inclui uma queda de 22 por cento nos computadores de mesa (desktops) e uma alta de 40 por cento nos notebooks. Os desktops já apresentaram queda de 5 por cento em 2008, mas os notebooks venderam 125 por cento a mais no ano passado. A Abinee também projeta, com base no levantamento junto às associadas, que o número de empregados se mantenha estável em todo o ano, depois da geração de mais de 6 mil empregos ao longo de 2008.

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