Publicidade

Correção de falha em linhão do Madeira vai custar R$ 60 milhões

Concessionária irá construir no município de Candeiras do Jamari, em Rondônia, um novo sistema de ‘aterramento’ e proteção de sua malha de distribuição de energia

Foto do author André Borges
Por André Borges
Atualização:

BRASÍLIA – A concessionária IE Madeira, dona de uma das linhas de transmissão das hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia, encontrou um terreno para fazer um novo sistema de ‘aterramento’ e proteção de sua malha de distribuição de energia, projeto que custará cerca de R$ 60 milhões.

PUBLICIDADE

+ Ineficiência faz Eletrobrás desperdiçar R$ 85 bi em 15 anos

Em outubro do ano passado, reportagem do Estado revelou que uma falha técnica na estrutura de apoio à linha de transmissão, o chamado “eletrodo de terra”, podia limitar boa parte da geração de energia das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio pelos próximos dois anos. O eletrodo original ficou pronto, mas sua estrutura foi erguida em cima de uma placa de granito, o que comprometia sua operação.

A falha só foi diagnosticada em setembro do ano passado;Operador Nacional do Sistema Elétricodeterminou redução de até 1.600 megawatts Foto: Divulgação

 

A nova área para construção da estrutura fica no município de Candeias do Jamari, em Rondônia, a 40 km de distância da base inicial da linha. Serão feitos 80 poços no local, com 64 metros de profundidade cada um, para receber as hastes de aterramento.

+ Aneel quer cobrar R$ 100 milhões por atraso em linhão do Madeira

Por meio de nota, a concessionária IE Madeira confirmou as informações e declarou que o objetivo é concluir o novo eletrodo de terra até o fim deste ano.

A escolha do novo local, segundo a empresa, se deu “após realização de 63 sondagens profundas e sondagens rasas para verificar o solo de toda a região, em um raio de 60 km da subestação de energia Porto Velho”.

Publicidade

Segundo a empresa, pelo fato da região apresentar alta resistência de solo, “tornou-se necessária a implementação de eletrodos verticais profundos, com cerca de 67 metros”.

A empresa pediu as licenças prévias de instalação, concedidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e autorização pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além de declaração de utilidade pública à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) do local onde o projeto será feito.

A falha do eletrodo original só foi diagnosticada em setembro do ano passadopelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que à época determinou uma redução de até 1.600 megawatts do potencial total das usinas – o suficiente para atender cerca de 5 milhões de pessoas – sob risco de causar um blecaute nas regiões Sul e Sudeste do País.

O eletrodo de terra é um aterramento de dezenas de barras de aço que tem a função de manter o equilíbrio das linhas de transmissão das duas usinas do Rio Madeira, redes que carregam energia por 2,4 mil km de distância, de Porto Velho (RO) até Araraquara (SP).

Em testes, o ONS percebeu que o aterramento foi construído em cima de um grande bloco de granito, situação que compromete totalmente o funcionamento, porque eleva a intensidade de energia, em vez de reduzi-la. O resultado disso poderia ser a queima de transformadores, por exemplo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.