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Corretoras terão mudança radical, mas custos não caem

Presidente da associação de corretoras avalia que, com mais recursos, algumas empresas vão se transformar em bancos

Por Silvia Fregoni , Ana Paula Ragazzi e da Agência Estado
Atualização:

Uma mudança radical nas corretoras, empresas que atuam na intermediação de negócios de compra e de venda de ações, é esperada depois do lançamento de ações por parte da Bolsa de Valores de São Paulo, operação prevista para o próximo dia 26. Essa é a opinião do superintendente da Associação Nacional das Corretoras (Ancor), Gilberto Biojone. Em relação a investidores, especialistas não acreditam que haverá redução de custos. A expectativa é justamente oposta, já que a Bovespa, até agora uma entidade sem fins lucrativos, subsidiava parte dos custos.   Ouça entrevista com Gilberto Biojone    Áudios da Agência Estado analisam tendências de economia e política Agência Estado comemora a marca de mil entrevistas Ouça avaliação sobre alta do calote no varejo  Ricardo Amorim inaugura o serviço em agosto de 2002  Ouça entrevistas selecionadas por nossos editores  Conheça a história da Agência Estado  Veja como as entrevistas são produzidas AE Broadcast é base para tomada de decisão AE responde à popularização do mercado Tecnologia robusta garante rapidez, precisão e transparência na divulgação de 40 mil cotações   A partir da desmutualização – o nome dado no mercado financeiro para o processo de abertura de capital da Bolsa – deixam de existir os títulos patrimoniais, como são chamados os papéis que davam o direito às corretoras de participar do pregão. Pelas novas regras, nenhuma nova corretora poderá surgir no período de um ano. O número de instituições que vão atuar na compra e venda de ações deverá ser previamente aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Poderá haver exceção se alguma corretora atual desistir de sua atuação na Bovespa – há casos neste sentido.   Para Biojone, haverá uma consolidação no mercado de corretoras após o processo de desmutualização e, segundo ele, só deve ficar no setor quem realmente quiser participar da atividade de corretagem. "Deverá haver uma uma série de composições entre as corretoras, que poderão buscar sócios, tanto nacionais quanto estrangeiros". A expectativa dos especialistas é que esse movimento ocorra devido à necessidade de ganho de escala, mas também pelo desejado aumento de volume de negócios da Bolsa – que fará frente aos novos acionistas da Bovespa.   Robustez   Mais robustas, já que os títulos patrimoniais das corretoras foram transformados em ações e estas ações poderão ser vendidas, muitas corretoras poderão ser transformadas em bancos. "É possível que algumas corretoras se seduzam pela idéia". O movimento, porém, não será geral. "Há espaço para grandes corretoras independentes", afirmou. A transformação em banco ampliaria as opções para a obtenção de recursos por parte das atuais corretoras.   Biojone também afirmou que é possível uma nova onda de abertura de capital por parte das corretoras no futuro. "Poderá ser uma opção para corretoras de grande porte, mas hoje há uma ou duas com porte para fazer isso", complementou.

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