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CPFL pode ser a única a abrir o capital neste momento

Por ALINE BRONZATI E GABRIELA FORLIN
Atualização:

Em meio à deterioração do cenário macroeconômico brasileiro, que tem feito as candidatas à abertura de capital reavaliarem suas estratégias, a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da CPFL Renováveis pode ser a única a sair do papel.Isso porque a operação conta com um instrumento de ?garantia firme de colocação? que, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, será dada pelo banco BTG Pactual. Ou seja, caso o cenário desfavorável pese e a demanda dos investidores não seja suficiente, a garantia pode ser exercida. ?Faça chuva, faça sol, a oferta da CPFL Renováveis tem garantia firme de colocação e, por isso, deve sair?, avalia uma fonte de mercado.Na contramão da CPFL Renováveis, que tenta abrir capital pela segunda vez, a Votorantim Cimentos optou por suspender, por ora, seus planos. A justificativa, informada pela empresa no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nesta quarta-feira, 19, é de que a operação foi adiada em função das condições de mercado.Além do cenário econômico, o fato de o grupo Votorantim estar enfrentando problemas societários também reduziu o apetite dos investidores. Oficialmente, a Votorantim Cimentos ainda não se pronunciou sobre a decisão. Nesta quarta-feira, 19, terminaria o prazo de reserva junto aos investidores, sendo que o término das apresentações e da precificação das ações estava previsto para a quinta-feira, 20. Os coordenadores da oferta são BTG, Credit Suisse, Itaú BBA, JPMorgan e Morgan Stanley.IncertezasHá consenso entre especialistas de que os fatores domésticos, como desvalorização do real, inflação elevada, bolsa em queda, entre outros, tendem a impactar as demais ofertas que estavam na fila. ?A decisão das empresas tem relação apenas com o momento atual que, de algumas semanas para cá, passou a ser de pessimismo e instabilidade. A Bolsa veio derretendo e isso afugenta investidores?, diz Flávia Turci, sócia-fundadora da Turci Advogados, especialista em mercado de capitais.Segundo ela, não é surpresa que os negócios venham andando para trás. Enquanto o mercado não se acalmar as ofertas não devem decolar. ?O mercado é quem dita (se as operações seguem adiante), não a decisão da Votorantim?, afirma Flávia. Nesse contexto, o mercado já comenta a possibilidade de a terceira maior companhia aérea do País, a Azul Linhas Aéreas, também recuar na tentativa de captar R$ 1 bilhão em um IPO. O fechamento das janelas, citado por especialistas, pode impactar também as ofertas subsequentes.Atualmente, estão previstas as ofertas da Klabin, Via Varejo e MPX. O diretor geral da Klabin, Fabio Schvartsman, já disse, em teleconferência com analistas, que a operação não será realizada se o mercado não apresentar as condições necessárias. Há ainda a operação da Tupy, companhia do setor de fundição, que também pode não sair.Com a confirmação da suspensão do IPO da Votorantim Cimentos e se confirmada também o da Azul, subirá para quatro o número de candidatas que recuaram na tentativa de abrir capital em 2013. Antes, Vix Logística e Cedae, empresa estatal de saneamento do Rio, já tinham cancelado ofertas.Em comunicado, a Azul disse que mantém a intenção de abrir seu capital e que tem acompanhando de perto o mercado para determinar o melhor momento, ?o qual ainda não está definido?. Procurada, CPFL Renováveis não retornou até o fechamento desta edição. Colaboraram Wellington Bahnemann, Luciana Collet e André Magnabosco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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