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Cresce no BC dos EUA o apoio a novas medidas de estímulo, diz ata

Na comparação com a ata anterior, documento atual mostra que mais integrantes do Fed são a favor de novas medidas de estímulo econômico; ata sinaliza intervenção ‘em breve’

Por Renato Martins e da Agência Estado
Atualização:

WASHINGTON - O banco central norte-americano, Federal Reserve (Fed), deu mais um sinal de que está preparando novas medidas para estimular a economia dos EUA. A ata da reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed (Fomc) realizada em 31 de julho e 1º de agosto diz que novas medidas de estímulo serão necessárias em breve, a não ser que a economia mostre um crescimento substancialmente mais forte.

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"Muitos membros julgaram que uma acomodação monetária adicional provavelmente será justificável muito em breve, a não ser que as informações a ser divulgadas apontem para um fortalecimento substancial e sustentável no ritmo da recuperação econômica", diz a ata do Fed.

A afirmação sugere que cresce dentro do Fed o apoio a novas medidas de estímulo. Na reunião anterior do Fomc, em junho, apenas "uns poucos membros" pensavam que mais estímulo à economia seria necessário. A observação de que uma aceleração "substancial e sustentável" no crescimento poderá impedir o Fed de agir sugere que a instituição estabeleceu uma meta elevada e que novas medidas de estímulo serão adotadas se ela não for atingida. Alguns indicadores econômicos melhoraram recentemente, mas poucos economistas têm descrito essa melhora como "substancial".

De acordo com a ata, a maioria dos membros do Fomc concordou que "o crescimento econômico provavelmente continuará moderado nos próximos trimestres e então, acelerar gradualmente", e que a taxa de desemprego deverá se reduzir apenas gradualmente. Ao discutir as opções para estimular a economia, aparentemente um número maior de dirigentes do Fed pensava na última reunião que os benefícios de lançar uma nova rodada de compras de títulos do Tesouro são maiores do que os custos potenciais. "Muitos participantes esperaram que tal programa poderá dar um apoio adicional à recuperação econômica, tanto ao pressionar para baixo as taxas de juro de longo prazo como ao contribuir para condições financeiras mais fáceis, de uma forma mais ampla", diz a ata. Alguns participantes também disseram que um novo programa de compra de bônus, ou de relaxamento quantitativo da política monetária, poderá fomentar a confiança do consumidor e das empresas. Outros membros do Fomc, porém, mostraram preocupação quanto à eficácia de um novo programa de compras de bônus e se ele tornaria mais difícil para o Fed reduzir sua grande carteira de ativos mais tarde. Muitos disseram pensar que é importante que qualquer novo programa de relaxamento quantitativo seja flexível, para dar conta de mudanças nas condições da economia. Os dirigentes do Fed também discutiram outras ferramentas que poderiam ser usadas para estimular a economia, entre elas a extensão do período de tempo no qual as taxas de juro de curto prazo deverão permanecer próximas de zero. Desde janeiro, o Fed vem dizendo que planeja manter as taxas de juro de curto prazo em "níveis excepcionalmente baixos" pelo menos até o fim de 2014. Outras opções discutidas na última reunião incluem rebaixar os juros que o Fed paga aos bancos para que mantenham seu excesso de reservas depositadas no banco central. Segundo a ata, "um par" de participantes da reunião também mostrou interesse no programa de financiamento do Banco da Inglaterra (BoE) para eliminar os gargalos na oferta de crédito. Dos 12 participantes da reunião, 11 votaram a favor de manter inalterada a política monetária. A próxima reunião do Fomc está marcada para os dias 12 e 13 de setembro. As informações são da Dow Jones.

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