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Custo da pecuária no Brasil sobe e atinge patamar histórico

Índice que mede custo de produção da pecuária de corte no País já subiu mais de 60% até março deste ano

Por Alexandre Inácio e da Agência Estado
Atualização:

Dados divulgados nesta terça-feira, 15, pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que o custo de produção da pecuária de corte atingiu um patamar nunca antes identificado. Considerando como ponto de partida o mês de março de 2003, o índice que mede os custos da pecuária já subiu mais de 60% até março deste ano. Em março de 2008, o custo de produção da pecuária manteve o ritmo de alta verificado em janeiro e em fevereiro. O Custo Operacional Total (COT) subiu 4,04% de fevereiro para março e no acumulado do ano chega a 10,6%.   O levantamento feito pelo Cepea mostra que o aumento dos preços da arroba do boi gordo não acompanha a alta dos insumos da pecuária. Entre março de 2003 e março de 2008, as cotações da arroba passaram por uma valorização de 27,22%, enquanto o custo operacional da pecuária subiu 63,19% no mesmo período. Nesses últimos cinco anos, a suplementação mineral, os adubos e corretivos para pastagem e a mão-de-obra foram itens que tiveram a maior valorização, subindo 48,25%, 11,97% e 8,58%, respectivamente. Apenas no mês de março deste ano, os mesmos itens subiram 18,42%, 7,57% e 21,89%.   No caso da mão-de-obra, item que mais subiu em março, o aumento do salário mínimo foi o responsável por impulsionar os custos de produção. Segundo o Cepea, o fato de o salário do funcionário rural ser indexado ao mínimo federal ou ao piso regional, cada reajuste no mínimo provoca um impacto negativo no custo de produção da pecuária, visto que a produtividade da mão-de-obra não é proporcional às alterações na remuneração do trabalhador.   "Nos Estados do Rio Grande do Sul e do Paraná, em que o salário para os trabalhadores rurais é de R$ 430,23 e de R$ 462,00, respectivamente, não houve reajuste. Em São Paulo, como o piso regional ficou abaixo do novo salário mínimo federal, prevalece o piso do governo federal. Nesse caso, o reajuste foi de 1,22%, passando de R$ 410,00 para R$ 415,00. Nos demais estados pesquisados, o reajuste foi de 9,21%", informa o relatório do Cepea.

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