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CVM arquiva processo contra Banco Original por informação privilegiada

Autarquia investigava se instituição que pertence a J&F fez operações no mercado financeiro valendo-se de informações confidenciais

Por Mariana Durão
Atualização:

RIO - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou ter arquivado o processo administrativo aberto para analisar a atuação do Banco Original, controlado pela J&F, no mercado de derivativos. De acordo com a autarquia, após ampla apuração dos fatos específicos, o que incluiu a análise das operações e das posições detidas pelo Banco Original nos dias que antecederam a divulgação do acordo de colaboração premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, "não foram identificados indícios suficientes de que o Banco Original tenha operado com conhecimento prévio dos fatos, ou seja, que tenha tido acesso a informações privilegiadas e, a partir delas, auferido ganhos".

Como informou ontem o Estadão/Broadcast, a autarquia abriu o primeiro processo administrativo sancionador decorrente das investigações iniciadas após a colaboração premiada dos irmãos Batista vir a tona. O primeiro alvo do grupo na mira do órgão regulador do mercado de capitais é o diretor de relações com investidores da JBS S.A., Jeremiah Alphonsus O'Callaghan.

Para a CVM, uma das falhas do diretor de RI da JBS foi divulgar intempestivamente e de forma inapropriada comunicado a mercado com informações sobre o que seria um Fato Relevante Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

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O executivo é acusado de suposta infração ao dever de informar, por não inquirir os administradores e controladores da JBS S.A. a respeito das informações referentes à celebração dos acordos de colaboração premiada junto ao Ministério Público Federal, veiculadas na imprensa em 17 de maio. Para a CVM, ele falhou também por divulgar intempestivamente e de forma inapropriada comunicado a mercado com informações sobre o que seria um Fato Relevante.

A JBS informou que o diretor ainda não foi notificado e, portanto, não irá comentar o processo administrativo da CVM.

Seguem em curso três inquéritos administrativos, seis processos administrativos em apuração preliminar (não sancionadores) e dois processos de fiscalização externa de auditorias ligadas da JBS. 

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