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Daimler Trucks vê retomada no Brasil e mantém fábrica nos EUA

Por MICHAEL SHIELDS E JAN SCHWARTZ
Atualização:

A Daimler vai contratar 800 funcionários para sua fábrica de ônibus e caminhões em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, e manter aberta uma fábrica de caminhões nos Estados Unidos, anunciou a maior fabricante de caminhões do mundo. A decisão da empresa marca um sinal de esperança para o setor de veículos comerciais afetado pela crise econômica global. As vendas de caminhões também compõem um termômetro da atividade econômica. Mas representantes da indústria têm feito alertas contra expectativas sobre uma rápida recuperação do setor de caminhões até que a economia global acelere e impulsione a demanda por bens de transporte. "A contratação dos novos funcionários deixa claro que confiamos que a economia brasileira verá uma recuperação após a crise econômica global", afirmou o presidente da Mercedes-Benz no Brasil, Gero Herrmann, em comunicado. A Daimler também decidiu contratar 350 funcionários sob contrato temporário e 160 aprendizes para a fábrica de São Bernardo do Campo diante de condições melhores de negócios desde meados do ano, principalmente nos setores de agricultura, construção e mineração, informou a empresa. A fábrica de São Bernardo emprega mais de 12.600 pessoas, sendo a maior de caminhões pesados da Daimler fora da Alemanha. A companhia alemã também decidiu rever decisão de fechar uma fábrica de caminhões nos Estados Unidos em 2010 por causa das expectativas sobre uma grande encomenda militar do governo norte-americano e retomada na demanda por caminhões pesados. A Daimler tinha anunciado em outubro passado planos de fechar a fábrica de Oregon em junho de 2010, como parte de revisão de suas operações norte-americanas diante do tombo na demanda do mercado. "O mercado norte-americano para caminhões pesados está mostrando uma ligeira recuperação mês a mês", afirmou um porta-voz da Daimler, citando o fim da crise no setor imobiliário que tem impulsionado a demanda da construção civil. Fabricantes rivais de caminhões citam que o mercado brasileiro não pode ser considerado como melhor indicador para a situação da indústria no restante do mundo. "A América do Sul não tem sido muito atingida pela crise financeira. Quanto ao Brasil, a situação está melhor (que em outras partes), a demanda está muito boa por causa de incentivos fiscais que tornaram caminhões cinco por cento mais baratos", disse Marten Wikforss, porta-voz da Volvo, segunda maior fabricante de caminhões do mundo. As entregas de caminhões da Volvo na América do Sul caíram 35 por cento em agosto na comparação anual, enquanto as vendas do grupo encolheram 52 por cento no período. O porta-voz da Scania, Hans-Ake Danielsson, concorda que a demanda no Brasil é "comparativamente boa". "Não perdemos tanto no Brasil quanto perdemos na Europa", afirmou, acrescentando que a empresa, apesar disso, não precisa de mais funcionários para atender à demanda. A Scania tem participação de cerca de 25 por cento no país. Enquanto isso, a Daimler informa que detinha em agosto cerca de um terço do mercado de caminhões pesados e metade do setor de ônibus do Brasil. "Para veículos industriais, toda a América Latina e em particular o Brasil estão em uma fase de expansão", afirmou uma fonte da italiana Iveco, do grupo Fiat. A Iveco está aumentando a capacidade no Brasil e em setembro inaugurou uma nova unidade de produção em Sete Lagoas (MG), triplicando a capacidade para 20.000 caminhões leves por ano, informou a fonte.

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