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Demanda aquecida faz montadoras ampliarem metas do ano

Por ALBERTO ALERIGI JR.
Atualização:

O aquecimento do mercado brasileiro de veículos gerado pelo bom momento da economia fez a associação que representa as montadoras instaladas no país ampliar suas estimativas de desempenho para o ano, que já previam vendas e produção recordes. O novo patamar em que trabalha a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) é de um crescimento das vendas de 24,2 por cento sobre 2007, para 3,060 milhões de unidades, contra estimativa anterior de vendas de 2,895 milhões. Já em termos de produção, os novos dados da entidade apontam para expansão de 15 por cento, para 3,425 milhões de veículos. Anteriormente, a expectativa era de alta para 3,235 milhões. "A economia brasileira já está se apresentando em um novo patamar de tamanho e a indústria automotiva apresenta essa mesma lógica. A partir de maio do ano passado todos os nossos números começaram a indicar que entramos em um patamar novo de mercado interno, (com vendas) acima das 220 mil unidades", disse o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, a jornalistas. "Saímos de um patamar de mercado interno que se apresentou até o final do primeiro semestre do ano passado de menos de 200 mil veículos por mês e estamos em um patamar novo que deve se consolidar a partir de agora em mais de 220 mil ou 230 mil veículos por mês, apresentando um crescimento a partir de agora de uma maneira mais saudável, sem grandes saltos", acrescentou Schneider. "O fundamental é que esse crescimento tem se dado sem desabastecimento do mercado, com preço do veículo dentro de um patamar adequado e investimentos importantes no sentido de aumentar a produção e atender a demanda", explicou. Ele citou que as montadoras têm 5 bilhões de dólares em investimentos anunciados este ano no país para aumentar a capacidade produtiva de 3,5 milhões para 3,85 milhões de veículos. Em termos de exportações, a expectativa da Anfavea é de crescimento em valor de 7,4 por cento, para 14,5 bilhões de dólares, mas de queda de 1 por cento em unidades, para 780 mil. Segundo Schneider, o quadro reflete momento em que as montadoras estão vendendo no mercado externo veículos de maior valor. Segundo ele, a interrupção no movimento de queda nos juros e de alta da inflação não tem surtido efeito no desempenho do setor ainda. "Por hora, não tem afetado o mercado a ponto de interromper decisões de investimento. O mercado vai se acomodar num crescimento mais paulatino, mais cadenciado." O presidente da Anfavea explicou que como a base de comparação com o segundo semestre de 2007 é forte, os próximos seis meses não apresentarão crescimentos tão elevados quanto o acumulado de janeiro a maio, período em que as vendas internas avançaram 30,3 por cento sobre os cinco primeiros meses do ano anterior, para 1,15 milhão de unidades. MAIO RECORDE As vendas de veículos novos e produção no mês passado foram recordes para o mês, de acordo com os dados da Anfavea, mas o desempenho poderia ter sido ainda melhor não fossem dois feriados no mês. Em maio foram vendidos 242 mil veículos novos, queda de 7,4 por cento sobre o recorde histórico registrado em abril, de 261,2 mil unidades. Na comparação com maio do ano passado, houve crescimento de 14,6 por cento. A produção no mês passado deixou o recorde de mais de 300 mil veículos de abril, fechando em queda de 3,5 por cento nessa comparação para 289,9 mil unidades. De janeiro a maio, a produção somou 1,38 milhão de veículos, 21 por cento mais que o registrado um ano antes. As vendas externas no mês passado somaram 1,11 bilhão de dólares, queda de 11,1 por cento sobre abril, e de 6,6 por cento na comparação com maio de 2007. De acordo com os números da Anfavea, a Fiat ocupa a primeira posição no ranking de montadoras em termos de vendas de automóveis e comerciais leves, com 274.071 veículos comercializados de janeiro a maio. Em segundo, aparece a Volkswagen, com 240.843 unidades, seguida de perto por General Motors, com 235.318 e Ford, com 102.337. (Edição de Vanessa Stelzer)

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