Publicidade

Demanda crescente por alimento deixa mundo vulnerável, diz Jeffrey Sachs

Economista americano avalia que a recuperação econômica global está até robusta, uma vez que prevê crescimento mundial de 4% a 4,5% em 2011 e avanço em torno de 3% para os EUA

Foto do author Fernando Dantas
Por Daniela Milanese , Fernando Dantas e da Agência Estado
Atualização:

Os preços elevados dos alimentos e da energia geram complicações neste momento de recuperação econômica global. "Isso trará grandes problemas para muita gente", afirmou o economista americano Jeffrey Sachs, em entrevista ao Grupo Estado. Ele acredita que o mundo está vulnerável a choques, diante da demanda crescente por comida.

PUBLICIDADE

A disparada das commodities tem gerado tensão social e instabilidade política, como os acontecimentos recentes no norte da África. "Nesses lugares, os líderes estão no poder há 20 anos ou mais e, em política, o importante é a transferência de poder", disse.

Sachs avalia que a recuperação econômica global está até robusta, uma vez que prevê crescimento mundial de 4% a 4,5% em 2011 e avanço em torno de 3% para os Estados Unidos. Entretanto, o diretor do Earth Institute da Universidade de Columbia embarca no tom comedido do Fórum Econômico Mundial deste ano ao expor os riscos ainda presentes, como a vulnerabilidade a novos choques financeiros. "A crise global passou, mas os problemas que ela expôs seguem sem solução."

Ele acredita que o Brasil está em "boa forma" para o médio prazo, pois as reformas realizadas nos últimos 20 anos pelos governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva colocaram o País em "boa direção". Agora, o Brasil tem de torcer pelo bom desempenho da China em razão do elo econômico existente com a potência asiática.

"A China é realmente a força das exportações brasileiras", disse, ao lembrar que os "altamente atrativos" projetos da Vale na África são direcionados ao mercado chinês. 

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.