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Demanda do Brasil estimula indústria de automóveis da Argentina

Por KARINA GRAZINA
Atualização:

O Brasil tem estimulado a indústria de automóveis argentina recentemente. A Argentina, terceira maior fabricante de automóveis da América Latina, vê sua produção se recuperar da crise global e está caminhando para a montagem de 500 mil veículos neste ano. Apesar de ser inferior aos 600 mil fabricados em 2008, ainda é um resultado muito melhor que o originalmente previsto. "O mercado brasileiro ajudou muito", disse o diretor de relações institucionais da Mercedes-Benz na Argentina, Gustavo Castagnino. "(O Brasil) se tornou o motor da indústria na região, e especialmente na Argentina". Incentivos tributários brasileiros, junto com sua recuperação econômica mais rápida em comparação a economias mais desenvolvidas, ajudaram a Argentina a compensar a pouca demanda na Europa. "O mercado europeu, que foi chave para nós no ano passado, desapareceu completamente. Das 2.500 unidades exportadas para a Espanha no ano passado, fomos para zero este ano. Nós enviamos outras 2 mil para a Rússia em 2008, e nenhuma este ano", disse Castangnino. A montadora, controlada pela Daimler AG, produz veículos comerciais na Argentina e, até o ano passado, exportou entre 25 e 30 por cento de sua produção para o Brasil. Já neste ano, esse número subiu para 50 por cento, disse Castagnino. A situação reflete a saúde do mercado de automóveis brasileiro, um dos mais fortes do mundo nos últimos meses. O Brasil está entre os seis maiores fabricantes mundiais de automóveis. O setor automotivo na Argentina representa quase 15 por cento de seu PIB industrial, enquanto as vendas de veículos e peças representam cerca de 9 por cento do total de exportações, segundo dados da consultoria Abeceb.com. Exportações e demanda local impulsionaram o setor automotivo durante o "boom" econômico de seis anos da Argentina, antes de a economia esfriar e a crise global bater. Um crescimento na demanda local argentina também tem ajudado a impulsionar uma recuperação.

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