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Demanda por papéis da OGX chegou a US$30 bi, diz Eike

Por MARCELO TEIXEIRA
Atualização:

A demanda total por parte de investidores nacionais e estrangeiros pelos papéis da OGX Petróleo e Gás, no processo de oferta inicial que estabeleceu um recorde no setor, atingiu 30 bilhões de dólares, segundo o presidente do conselho da empresa, Eike Batista. A oferta de ações da empresa, fundada por Eike em 2007 e recheada de ex-executivos da Petrobras, arrecadou 6,7 bilhões de reais e ultrapassou a da Bovespa Holding, que levantou 6,6 bilhões em setembro do ano passado. "Eu achava que (a demanda) poderia chegar a algo como 20 bilhões de dólares, mas foi acima do que esperávamos", disse Batista a jornalistas durante evento na Bovespa que marcou o primeiro dia de negociação dos papéis da OGX. As ações da empresa subiram 19 por cento no início dos negócios e por volta das 13h30 registravam alta de 13,6 por cento. O empresário atribuiu o bom desempenho da operação à qualidade do corpo técnico da empresa e ao histórico de seus outros empreendimentos, todos muito vantajosos para os investidores, segundo ele, e dotados de bons níveis de governança corporativa. A OGX, assim como as outras duas empresas listadas por Batista na bolsa, a MMX Mineração e a MPX (área de energia elétrica), fazem parte do Novo Mercado, que adota princípios mais rígidos de governança corporativa. José Olympio Pereira, diretor de Investment Banking do Credit Suisse, um dos coordenadores da oferta inicial, afirmou que os investidores vieram dos mais distintos setores do mercado. "O processo foi muito bem recebido. Acessamos todos os grandes investidores. O que fez a diferença foi a qualidade do projeto, o petróleo a 140 dólares (o barril) e o fator Brasil como nova potência petrolífera", disse Pereira à Reuters no evento. Eike Batista afirmou que aproximadamente 360 fundos de investimento, do Brasil e estrangeiros, participaram da operação, que contou com um "road show" que deu destaque especial ao momento em que a exploração de petróleo atravessa no país. Em um filme apresentado aos investidores nas reuniões, e reapresentado no evento na Bovespa, a OGX destacou o diretor de Exploração e Produção da empresa, Paulo Mendonça, ex-Petrobras, apontado como um dos responsáveis pelos trabalhos que levaram às descobertas de petróleo na camada ultraprofunda do pré-sal. A empresa arrematou no último leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) concessões que lhe dão o direito de operar em 21 blocos de exploração de petróleo e gás nas bacias de Campos e Santos. São áreas em águas rasas, que possuem custos de operação relativamente menores que os blocos em águas profundas. "Há uma maior disponibilidade de equipamentos para essa área de atuação. Não é como no ultraprofundo, onde a Petrobras já pegou quase tudo", disse Eike, acrescentando que os custos de máquinas e serviços estão realmente maiores, mas que o preço atual do petróleo "paga a conta". SÍSMICA E ESTALEIROS Batista afirmou que a empresa já contratou três embarcações para realizar estudos de sísmica nas áreas em que vai operar, com o objetivo de aprimorar o conhecimento dos locais. O empresário disse que pretende criar uma nova empresa que vai atuar em construção naval, com objetivo de suprir a demanda futura da OGX por embarcações de apoio nas atividades de exploração e produção, além de eventualmente atender outras demandas do mercado. "O negócio de construção naval terá uma demanda de pelo menos 30 anos no Brasil", afirmou. A Petrobras tem uma longa lista de pedidos de barcos de apoio e de plataformas que prefere sejam construídos no Brasil. Outras grandes empresas, como a Odebrecht, também já manifestaram interesse em ampliar a atuação em construção naval. Eike explicou que para esse fim está em negociação com duas empresas, a norte-americana Dynamic e a dinamarquesa Maersk, e que tem três possíveis locais em análise para a instalação dos estaleiros. "Eu vejo o modelo atual de negócios no Brasil como uma pista de corrida. A maneira como a bolsa funciona, regras claras, a riqueza de recursos naturais. Graças às ferramentas que temos hoje a combinação fica absolutamente explosiva", afirmou ele. A holding do grupo de Batista, a EBX, prepara uma nova oferta inicial de ações ainda para esse ano. Dessa vez irá colocar papéis do braço de logística e terminais portuários, batizado de LLX, que terá papel de destaque nas operações da própria OGX, no transporte e embarque de óleo e gás.

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