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Depois de alta da Selic, juro médio sobe para 26,5% em junho

Segundo o Banco Central, o juro médio aumentou nas principais linhas de crédito para o consumidor, com exceção de veículos; inadimplência, por outro lado, caiu

Foto do author Célia Froufe
Por Eduardo Cucolo e Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O resultado do ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, iniciado em abril, chegou ao bolso do consumidor e ao mercado em junho. A taxa média de juros no crédito livre subiu de 25,8% ao ano em maio para 26,5% ao ano em junho, informou nesta sexta-feira, 26, o Banco Central.

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Para a pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 34,2% ao ano para 34,9% ao ano, no período, enquanto para a pessoa jurídica, avançou de 18,5% ao ano para 19,3% ao ano.

O Banco Central começou a elevar a taxa básica de juros da economia em abril, e desde então levou a Selic da mínima histórica de 7,25% para 8,5% ao ano. Os juros para o consumidor, no entanto, vinham caindo desde fevereiro. O movimento foi interrompido no mês passado, segundo o BC, com a elevação do custo dos empréstimos para pessoa física.

Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, essa alta está relacionada com o aumento do custo de captação, que passou de 8,6% em maio para 9,8% em junho - em dezembro do ano passado, essa taxa estava em 7,7%. "A taxa de captação tem subido ao longo do semestre dado o ciclo de política monetária. Esse aumento tem sido compensado por redução de spread, mas este mês preponderou o custo de captação", afirmou.

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa subiu de 136,3% ao ano para 136,8% ao ano na mesma comparação. Para o crédito pessoal, avançou de 36,7% ao ano para 38,1% ao ano.

Para veículos, por outro lado, os juros caíram de 19,7% ao ano para 19,5% ao ano. A taxa média de juros no crédito total, que inclui também as operações direcionadas, subiu de 18,1% ao ano em maio para 18,5% ao ano em junho. O juro médio do crédito direcionado passou de 6,9% ao ano para 7,1% ao ano na mesma comparação. Inadimplência. A taxa de inadimplência no crédito livre registrou queda em junho, pela primeira vez desde março deste ano, em um movimento puxado pelas linhas de cartão de crédito para pessoa física e de capital de giro para as empresas. De acordo com a instituição, os atrasos acima de 90 dias no crédito livre recuaram de 5,5% em maio para 5,2% no mês passado - é o menor valor desde julho de 2011.

Para pessoas físicas, o índice é de 7,2%, o menor desde agosto de 2011 (7,1%). Se forem consideradas também as operações direcionadas, a inadimplência para as famílias está em 5,0%, menor da nova série histórica, iniciada em março de 2011.

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Segundo Maciel, há indicadores antecedentes de que a inadimplência deve seguir com "evolução favorável à frente". Como exemplo, ele disse que os atrasos de pagamento de pessoas físicas no crédito livre de 15 a 90 dias têm recuado. Dados do Banco Central divulgados mais cedo revelam que essa taxa ficou em 6,5% em junho. Segundo o técnico, este é o menor patamar da série histórica, que, depois da revisão, tem início em março de 2011. "Os dados estão sujeitos a oscilações, mas este é um indicativo de que inadimplência deve permanecer com essa evolução favorável à frente", afirmou. Ele disse que, mesmo com a volta da oferta de empréstimos para veículos, verificada há aproximadamente um ano, a qualidade desses financiamentos está maior do que a vista naquele primeiro ciclo do final de 2010, quando houve um aumento do volume de calotes. "Isso foi um aprendizado, após observada a alta da inadimplência em 2011", comparou.

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