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Desaceleração econômica ainda não é suficiente, diz diretor do BC

Para  diretor de Política Econômica do BC, economia vai desacelerar de forma mais acentuada a partir da segunda metade do ano

Por Renato Andrade e da Agência Estado
Atualização:

Apesar de diagnosticar uma desaceleração da economia brasileira neste início do ano, o Banco Central ainda não está satisfeito com a redução do ritmo de expansão. "A economia está andando em ritmo menor do que em 2010, mas a questão é: isso é suficiente? Não", afirmou o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, em entrevista após apresentação de boletim regional na capital pernambucana.

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Segundo o diretor, a economia vai desacelerar de forma mais acentuada a partir da segunda metade do ano, por conta da defasagem existente entre as ações tomadas pelo BC e seus efeitos práticos. Entre as medidas adotadas, Carlos Hamilton citou a elevação da taxa básica de juros (Selic), o aumento dos depósitos compulsórios exigidos dos bancos e o "esforço" do governo em controlar a expansão do gasto público. "Tudo isso caminha na mesma direção de conter a demanda agregada, mas existe uma defasagem entre a adoção das medidas e seus impactos na atividade e na inflação", disse o diretor.

Ainda assim, Carlos Hamilton considera que os dados sobre o mercado de crédito em abril mostram os primeiros sinais das ações praticadas pelo BC. "Acabei de mostrar a evolução do mercado de crédito e tem elementos mostrando que este mercado está mais contido", disse o diretor. "De qualquer maneira, isso ainda são os efeitos iniciais. Os efeitos maiores vão acontecer mais para o final do ano", acrescentou.

O diretor do BC deixou claro que se for identificada a necessidade de adotar novas medidas de cunho prudencial, como aconteceu em dezembro do ano passado, o Banco Central irá tomá-las. Ainda assim, Carlos Hamilton voltou a insistir que o Comitê de Política Monetária (Copom) deixou claro em sua última reunião que o ciclo de aperto dos juros será "suficientemente prolongado" para trazer a inflação de volta ao centro da meta em 2012.

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