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Diário de Cannes (4): Os planos da Netflix para exibir anúncios e o protesto do Greenpeace

Serviço de streaming confirmou início de opção de assinatura mais barata e negou intenção de comprar a Roku; já ONG ambiental quer banir anúncios sobre combustíveis fósseis

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Por Fernando Scheller
Atualização:

CANNES – No quarto dia (e penúltimo) do Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade, o copresidente da Netflix, Ted Sarandos, subiu ao palco do evento para confirmar que o serviço de streaming vai lançar uma opção de assinatura mais barata, e com anúncios publicitários – ele não quis precisar a data, mas a empresa já anunciou que isso deve ocorrer até o fim do ano.

Sarandos também afirmou estar conversando com todos os maiores grupos de publicidade do mundo para definir como inserir propaganda no meio de seus conteúdos. “Queremos entrar no mercado de forma calma, mas também trazendo inovação”, disse o executivo. Ele lembrou também que, hoje, o consumidor mais jovem está acostumado a ter de assistir a propagandas mesmo para ver vídeos bastante curtos, em referência ao que ocorre no YouTube, por exemplo. “O anúncio não repele esse tipo de consumidor.”

Ted Sarandos, copresidente da Netflix: assinatura mais barata, mas com anúncios Foto: Soraya Ursine/ Estadão

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O executivo disse também que não tem nenhuma intenção de comprar uma plataforma de distribuição para seus conteúdos – recentemente, surgiram rumores de que a Netflix poderia estar interessada em adquirir a Roku. Em relação aos comentários de que a própria Netflix poderia ser alvo de uma aquisição, Sarandos afirmou que esse não é o plano e que a companhia tem boa geração de caixa para fazer seus investimentos.

Em relação ao fato de que, no passado, o próprio Sarandos disse que a Netflix não entraria em games (segmento no qual ela já começou a atuar, inclusive com aquisições) e em veiculação de publicidade (o que fará agora), o copresidente do serviço de streaming afirmou que as mudanças vêm para agregar novos consumidores.

A publicidade, no caso, vem para atrair um público que hoje não está disposto a pagar os valores cobrados pela Netflix. O novo serviço é uma das apostas da empresa visando à recuperação de suas ações, que levaram um tombo nos últimos tempos.

Protesto no Palácio dos Festivais

Quem chegou logo cedo ao Palácio dos Festivais, em Cannes, se deparou com um guindaste e um grande número de ativistas do Greenpeace, ONG ligada a questões ambientais. Dentro do contexto de combate às mudanças climáticas, o Greenpeace quer pressionar agências a deixar de fazer propagandas de produtos ligados ao consumo de combustíveis fósseis, começando pelas próprias petroleiras.

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Protesto do Greenpeace durante o festival Cannes Lions Foto: Fernando Scheller/Estadão

“As agências que trabalham com empresas ligadas a áreas de combustíveis fósseis estão soprando as chamas, ajudando grandes poluidores a inventar novas formas de nos convencer de que está tudo bem”, diz o folheto distribuído ao público. “Essas agências ajudam a manter o status quo, enquanto comunidades e ecossistemas vulneráveis continuam a sofrer”.

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