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Diferença de frete entre Brasil e Austrália está em US$ 10, diz Vale

Diferença já foi de US$ 60; segundo diretor de marketing da companhia, principal desafio da mineradora hoje é vencer vantagens da localidade das minas australianas

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Por Fernanda Guimarães e da Agência Estado
Atualização:

O diretor executivo de marketing, vendas e estratégia da Vale, José Carlos Martins, afirmou, nesta terça-feira, 19, que a diferença entre o preço do frete para o minério de ferro entre Brasil e Austrália, o principal concorrente do Brasil para a venda da matéria-prima, está hoje em US$ 10. "Essa diferença já foi de US$ 60. Não é bom que nosso principal concorrente tenha uma lucratividade muito maior do que a nossa", disse o executivo, que participa do Congresso da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM). Na Austrália estão as produtoras de minério de ferro Rio Tinto e BHP Bilinton.

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O diretor da Vale disse ainda que um dos principais desafios da mineradora hoje é logística e infraestrutura, exatamente para conseguir vencer as vantagens da localidade das minas australianas. "A Vale sempre teve que competir com as australianas. As minas da Austrália estão a 300 quilômetros dos portos e no Brasil estão a 800 quilômetros", destacou. Além disso, Martins lembrou que as mineradoras australianas estão também muitos mais próximas a China, hoje a maior consumidora de minério de ferro do mundo.

Segundo o diretor da mineradora brasileira, a Vale decidiu investir em navios de grande porte, assim como ampliar seus aportes em transportes, após a eclosão da crise financeira mundial em 2008. "Nós estamos associando isso a investimentos em centros de distribuição. Mesmo com as minas longes, estamos começando a ficar mais perto dos clientes", disse.

China

O diretor da Vale reafirmou hoje que, apesar dos esforços da mineradora brasileira em diversificar seus negócios em outras regiões, a China deve se manter como a maior consumidora de minério de ferro. "O mercado americano e europeu está maduro e o crescimento vai se dar na Ásia", disse.

Parceiros

Segundo Martins, a Vale ainda está em busca de um parceiro para a Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), que será instalada no Espírito Santo.

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Já a Aços Laminados do Pará (Alpa), segundo o executivo, deve ter as suas obras iniciadas até o fim do ano. O projeto da Alpa ainda está sujeito à aprovação do conselho de administração da mineradora.

Recentemente, Martins afirmou que a Vale pretende investir esse ano mais de US$ 1 bilhão em seus projetos siderúrgicos. Hoje a Vale participa dos projetos ThysssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), Aços Laminados do Pará (Alpa), Companhia Siderúrgica do Pecém e Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU). No total, esses projetos devem adicionar uma capacidade de produção de 18,5 milhões de toneladas de placas.

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