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Dilma dá entrevista a internautas via ‘face to face’

Um dia após sancionar o Marco Civil da Internet, a presidente inaugura novo formato de entrevista pelo Facebook

Por Economia & Negócios e Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff inaugurou nesta quinta-feira, 24, um novo canal de comunicação com seus eleitores. Faltando aproximadamente seis meses para as eleições, a estratégia é responder diretamente as perguntas enviadas por internautas, via Facebook.

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Apelidado de "Face to face com Dilma", o chat acontece um dia após Dilma sancionar o Marco Civil da Internet, assunto que é o principal tema da entrevista.

A página oficial do Palácio do Planalto, onde Dilma deu a entrevista, tem quase 65 mil seguidores. A página da personagem fictícia "Dilma Bolada", seguida por mais de um milhão de pessoas, também divulgou a entrevista. Por meio do Facebook, eleitores podem enviar perguntas sobre o Marco Civil. Veja os principais pontos da entrevista:

Opinião unânime. A presidente Dilma Rousseff disse que há uma opinião unânime entre especialistas e usuários da internet em todo o mundo que a aprovação do Marco Civil da Internet pelo Congresso brasileiro foi um avanço histórico.

A presidente reforçou que o Marco Civil assegura a liberdade de expressão, a privacidade do indivíduo e o respeito aos direitos humanos. "(A lei) estabelece a governança democrática, multissetorial, multilateral e aberta, exercida com transparência, estimulando a criação coletiva e a participação da sociedade, governos e setor privado", afirmou.

Neutralidade. Em sua primeira resposta, a presidente destacou que a neutralidade na rede proíbe o "traffic shaping", em que a operadora pode priorizar um conteúdo em detrimento do outro. "A neutralidade torna inadmissível qualquer restrição da rede por motivos comerciais ou de qualquer outra natureza. Assim, o responsável pela transmissão, comutação ou roteamento, de acordo com o art. 9, tem o dever de tratar de forma isonômica quaisquer pacotes de dados sem restrição por conteúdo, origem, destino, serviço, terminal ou aplicação", escreveu.

A postagem também destaca o papel do governo brasileiro, que está desenvolvendo um programa nacional de banda larga para assegurar o aumento da capacidade da internet e a melhoria na qualidade "a um preço justo". Segundo a presidente, a lei estabelece que o provedor é obrigado a assegurar no mínimo 70% da média da capacidade contratada. A partir de novembro deste ano, a média irá para 80%.

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Liberdade de expressão. A presidente escreveu que só é permitida a retirada de conteúdo com ordem judicial, evitando, assim, a censura, privada ou governamental. "As únicas exceções no Marco Civil, no que se refere à exigência de medidas judiciais para retirada de conteúdo, são materiais com cena de nudez ou ato sexual de caráter privado", afirmou.

A sessão de perguntas com a presidente foi anunciada pela página do Palácio do Planalto pouco depois das 8h. Antes mesmo do horário marcado, mais de 50 internautas deixaram questionamentos relacionados a espionagem, privacidade de usuários, liberdade de expressão e qualidade dos serviços das operadoras de banda larga. A presidente não estabeleceu um horário para encerrar a entrevista aos internautas, mas, em sua agenda oficial, deve embarcar para Cuiabá às 10h.

(Com Mário Braga e José Roberto Castro, da Agência Estado)

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