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Disputa na OMC pode endurecer análise de fusão EADS-BAE nos EUA

Por TIM HE
Atualização:

Um grande embate internacional sobre subsídios pode afetar os esforços para a aprovação de uma fusão de 45 bilhões de dólares das europeias EADS e BAE Systems nos Estados Unidos, disseram ex-autoridades norte-americanas. Após sete anos na Organização Muncial do Comércio (OMC), a disputa sobre subsídios entre a fabricante norte-americana de aviões Boeing contra a concorrente Airbus, unidade da EADS, implica em possíveis imposições de sanções em um momento no qual a britânica BAE Systems se prepara para buscar apoio dos EUA para a fusão. Com uma grande presença local nos EUA, a BAE deve provar que os interesses de segurança nacional do país serão protegidos mesmo com a união com a EADS, controlada por dois países --França e Alemanha, cujas relações com Washington são menos confortáveis do que com o Reino Unido. Todos os olhos estão voltados a rivais com a Boeing e outros fornecedores norte-americanos, para ver se eles tentarão descarrilhar o acordo, o qual busca criar a maior companhia de defesa do mundo, com sede na Europa. A Boeing tentou, sem sucesso, gerar instatisfação com o auxílio europeu à Airbus, em um duro embate com a EADS por um contrato de 35 bilhões de dólares para construir aviões-tanque para os EUA. O contrato foi para a Boeing no ano passado. A potencial fusão EADS-BAE enfrenta uma revisão diferente do Comitê sobre Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos, um grupo formado por agências de todo o governo, mas o processo pode reavivar a atenção ao caso da OMC. "A dinâmica do caso da OMC é relevante à situação da EADS-BAE de que a Europa fracassou, no ponto de vista dos EUA, de cumprir com as determinações da OMC", disse uma fonte familiar tanto com o caso na OMC quanto com os prodecimentos de aprovação do governo federal. A disputa na OMC, que já possui milhares de páginas e com custo estimado acima de 100 milhões de dólares, acirrou-se nesta segunda-feira, após o EUA ter dito que cumpriu com a OMC e se declarou livre de subsídios à Boeing. A UE também diz que obedeceu as determinações da OMC ao eliminar o efeito danoso dos empréstimos do governo à Airbus, mas Washington divergiu e está ameaçando com até 10 bilhões de dólares em sanções. (Reportagem adicional de Andrea Shalal-Esa em Washington)

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