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Dívida pública mobiliária cresce 2% em agosto, diz Tesouro

Expansão atingiu os R$ 1,692 trilhão, ante R$ 1,659 trilhão registrados em julho; emissão líquida foi de R$ 16,34 bilhões

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Por Renata Veríssimo e Adriana Fernandes
Atualização:

A dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) teve uma expansão de 2% no mês passado, atingindo R$ 1,692 trilhão, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 22, pelo Tesouro Nacional. No mês de julho, a dívida foi de R$ 1,659 trilhão. Em agosto, houve uma emissão líquida de R$ 16,34 bilhões e uma apropriação de juros no valor de R$ 16,809 bilhões.

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A parcela de títulos prefixados da DPMFi subiu de 33,35% em julho para 35,68% em agosto. Os papéis remunerados pela taxa Selic representaram 33,94% do estoque da dívida em agosto ante 34,08% em julho. Já a fatia de títulos com remuneração pela inflação caiu de 30,06% em julho para 29,86% em agosto. A parcela da DPMFi atrelada ao câmbio subiu de 0,51% em julho para 0,52% em agosto.

A participação dos investidores estrangeiros na DPMFi subiu para 11,75% em agosto, totalizando R$ 198,95 bilhões. Em julho, a fatia equivalia a 11,64% do estoque, ou R$ 193,13 bilhões. Segundo o Tesouro, 82,1% da carteira dos investidores estrangeiros é em títulos pré-fixados.

O volume de títulos da dívida a vencer em até 12 meses atingiu 24,07% em agosto ante 22,29% em julho. Segundo o Tesouro Nacional, os títulos pré-fixados correspondem a 63,7% do montante a vencer, enquanto que 18,96% do total de vencimentos são títulos indexados a inflação.O prazo médio da DPMFi caiu de 3,65 anos em julho, para 3,59 anos em agosto. O custo médio da DPMFi acumulado em 12 meses aumentou de 12,43% ao ano em julho, para 12,62% ao ano em agosto em função de uma maior variação da Selic e do IPCA em relação a agosto de 2010.

O Tesouro fez uma recompra nos meses de julho e agosto de R$ 852,61 milhões (US$ 538,68 milhões ) em títulos da dívida externa. O total financeiro desembolsado para a recompra foi equivalente a R$ 1,14 bilhão (US$ 717,39 milhões). Os títulos que foram recomprados ainda não impactaram o estoque da dívida externa, já que o processo de cancelamento não foi efetivamente concluído. Os papéis mais recomprados foram o A-Bond, o BR15 e o BR40.

DPF

A parcela da Dívida Pública Federal prefixada fechou o mês de agosto em 34,82%. O valor está abaixo da meta fixada para este indicador no Plano Anual de Financiamento de 2011, que prevê uma banda mínima de 36% e máxima de 40% da DPF. Já o estoque da dívida, subiu 1,96% em agosto, totalizando R$ 1,768 trilhão, segundo os dadosl. O estoque da dívida pública federal externa (DPFe) subiu 1,07% no mês passado, atingindo R$ 75,43 bilhões. .

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Segundo o tesouro os demais indicadores estão dentro das bandas. A parcela atrelada a índices de preços fechou o mês de agosto em 28,59% da DPF e a meta para este indicador está entre 26% e 29%.  Já a parcela atrelada à taxa Selic alcançou 32,49% em agosto, com uma banda de 28% a 33%. A fatia atrelada a câmbio fechou agosto em 4,1% do total da dívida, enquanto a banda está entre 4% e 6%.

O coordenador Geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Fernando Garrido, garantiu que todas as metas do Plano Anual de Financiamento (PAF) deste ano serão cumpridas. Até agosto, o estoque de títulos prefixados é o único indicador fora da banda estabelecida no PAF. "Estão abaixo do piso, mas o PAF é projetado para dezembro", disse Garrido.

Garrido também informou que o órgão já comprou os dólares necessários para o pagamento de títulos da Dívida Pública Federal Externa (DPFe) a vencer em 2011 e para parte da que vence em 2012. O Tesouro tem autorização legal para adquirir a moeda norte-americana no mercado equivalente ao vencimento de papéis nos 1.500 dias à frente. "É uma estratégia de redução de risco de refinanciamento. Uma política de hedge", afirmou Garrido. O coordenador disse que novas emissões no mercado externo dependem das condições do mercado. "Havendo condições, o Tesouro está sempre preparado para fazer emissão", disse Garrido. Ele avaliou que a queda da taxa Selic na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) reduzirá o custo médio da dívida do Tesouro, em função da queda do custo nas emissões de LFTs e, de forma indireta, dos papéis prefixados.

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O estoque da DPF em agosto também permanece dentro da banda do PAF, que varia entre R$ 1,8 trilhão e R$ 1,93 trilhão. A DPF atingiu em agosto R$ 1,768 trilhão. O prazo médio da DPF fechou o mês de agosto em 3,71 anos e está ligeiramente acima da banda, entre 3,5 e 3,7 anos. Nesse caso, o estouro da banda é positivo, já que tem havido alongamento do prazo. A parcela a vencer em 12 meses da DPF ficou em 23,47% e permanece dentro do intervalo. Para este indicador, a banda é de 21% a 25% da DPF. As metas do PAF para a dívida pública são feitas com base na DPF, que inclui as dívidas interna e externa.

(Texto atualizado às 16h04)

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