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Dívida pública recua para R$ 1,6 trilhão em janeiro

O recuo de 3,84% refletiu um resgate líquido de títulos de R$ 81,04 bilhões 

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Por Adriana Fernandes e da Agência Estado
Atualização:

A Dívida Pública Federal (DPF) (interna e externa) fechou o mês de janeiro em R$ 1,628 trilhão, com uma queda de R$ 65,04 bilhões em relação ao mês de dezembro. O recuo de 3,84% refletiu um resgate líquido de títulos de R$ 81,04 bilhões. Desse total, R$ 76,82 são referentes à Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) e R$ 4,23 bilhões da Dívida Pública Federal externa (DPFe).

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Segundo dados do Tesouro Nacional, a DPFe fechou o mês de janeiro com baixa de R$ 3,60 bilhões, passando de R$ 90,10 bilhões em dezembro para R$ 86,49 bilhões em janeiro. O recuou de um mês para o outro foi de 4%.

Já a DPMFi caiu de R$ 1,603 trilhão em dezembro para R$ 1,542 trilhão em janeiro, com recuo de 3,83%, o equivalente a R$ 61,43 bilhões.

A parcela prefixada da DPF caiu de 36,63% em dezembro para 33,10% em janeiro. Essa participação está fora da banda estipulada no Plano Anual de Financiamento (PAF) para este indicador, que vai de 36% a 40%. Por outro lado, a parcela atrelada à taxa Selic, que agora vem sendo chamada pelo Tesouro de taxa flutuante, subiu de 31,59% para 33,54%. Esse patamar também está acima do teto máximo da banda estipulada no PAF, fixado entre 28% e 32%.

Os dados do Tesouro mostram ainda que a parcela fixada a índice de preço na DPF subiu de 26,64% para 28,19%, dentro do estipulado no PAF (26% a 29%). A participação de títulos atrelados à taxa de câmbio subiu de 5,14% para 5,17% e permanece dentro dos limites da banda do PAF, de 4% a 6%.

O impacto de juros no estoque da DPF contribuiu para um aumento no endividamento de R$ 16 bilhões em janeiro. Desse total, R$ 15,379 bilhões ocorreram na DPMFi e R$ 623,7 milhões, na DPFe.

A dívida de curto prazo da DPF, a vencer em 12 meses, subiu de 23,89% para 24,10% do total do estoque. Já o prazo médio da DPF passou de 3,51 anos para 3,69 anos.

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Dívida interna

A DPMFi apresentou em janeiro uma queda de R$ 61,43 bilhões. Com o recuo, o estoque da dívida fechou o mês passado em R$ 1,542 trilhão, o equivalente a uma queda de 3,83% em relação a dezembro. Segundo dados divulgados pelo Tesouro, essa queda é decorrente de um mega resgate líquido de títulos (resgates menos emissões) de R$ 76,82 bilhões. O total de resgates de títulos da DPMFi foi de R$ 113,64 bilhões para um volume de emissões de R$ 36,82 bilhões.

Por outro lado, o impacto de juros no estoque da dívida em janeiro significou um aumento de R$ 15,37 bilhões.

Dados divulgados há pouco mostram que a parcela atrelada a títulos prefixados caiu de 37,93% em dezembro para 34,21% no mês passado. A parcela atrelada a índice de preços subiu de 28,14% para 29,77%. Já a participação de títulos atrelados à taxa Selic subiu de 33,36% para 35,42%. A fatia atrelada à taxa de câmbio subiu de 0,57% para 0,60% do total da dívida.

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O prazo médio da dívida fechou o mês de janeiro em 3,54 anos ante 3,36 anos em dezembro. Já a parcela a vencer em 12 meses, "considerada dívida de curto prazo", teve um ligeiro aumento de 24,57% em dezembro para 24,81% em janeiro.

Rolagem

O coordenador-geral da Dívida Pública, Fernando Garrido, informou que o planejamento do Tesouro prevê uma rolagem de 100% dos vencimentos da Dívida Pública Federal em 2011, ou seja, os resgates de papéis serão equivalentes às novas emissões. Ele negou que as emissões menores de títulos no mês de janeiro da DPF estejam relacionadas ao aumento das taxas pedidas pelos investidores para comprar os papéis do Tesouro.

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"As emissões estão dentro do nosso planejamento", disse Garrido. "Não nenhuma correlação com as taxas de juros", complementou. Ele lembrou que o mês de janeiro (cabeça de trimestre) é tradicionalmente de forte vencimento de títulos prefixados, por isso o Tesouro nesses meses já faz um resgate maior do que as emissões.

Emissão externa

Garrido avaliou que no momento o Tesouro não vê as melhores condições para emissões externas de títulos soberanos. Ele ponderou, no entanto, que o Tesouro continua sempre avaliando as condições de mercado para fazer as suas emissões externas, inclusive de bônus atrelados ao real. Garrido destacou que essa avaliação do mercado é diária.

Juro

O coordenador-geral avaliou que o movimento de ligeira alta das taxas de juros pedida pelos investidores para comprar os papeis do Tesouro em janeiro foi revertido em fevereiro. Segundo ele, as taxas de mercado estão dentro da trajetória esperada.

Garrido destacou que os analistas de mercado apontam, entre outros fatores, a divulgação, em fevereiro, dos dados de crédito pelo Banco Central e de vendas de varejo, pelo IBGE, para o recuo das taxas.

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