Dona do Mercado Bitcoin, a holding 2TM acaba de fechar a aquisição do controle da bolsa de moedas digitais portuguesa Criptoloja, operação que marca sua entrada no mercado internacional. A transação, que não teve o valor divulgado, faz parte da estratégia de avançar em regiões em que o mercado de criptomoedas já é regulado, o que não ocorre ainda no Brasil.
A 2TM se tornou um “unicórnio” (apelido dado às startups que valem mais de US$ 1 bilhão) no ano passado, depois de receber um aporte de US$ 200 milhões do conglomerado japonês Softbank.
A empresa já fez diversas aquisições nos últimos anos, mas a Criptolojas é o primeiro investimento que não é passivo, ou seja, a holding também atuará na gestão da empresa, que recebeu a licença do Banco Central português para operar em 2021.
Atualmente, sob o guarda-chuva da 2TM, estão nomes como Meubank, MB Digital Assets, Bitrust, Blockchain Academy e MezaPro.
O vice-presidente de Estratégia e Relações Institucionais da holding 2TM, Marcos Mellão, explicaque a transação garantirá a presença da holding em um ecossistema de fintech e blockchain, emergente na Europa. “Hoje Portugal é um hub importante de cripto na Europa”, comenta o executivo.
‘Teste’ para regulação no Brasil
Segundo Mellão, com essa licença, a companhia ingressa na Europa. Além disso, passará a atuar em um mercado regulado, o que também poderá ajudar a ter mais bagagem na discussão sobre a regulamentação das criptomoedas no Brasil. “Temos participado desse debate e queremos estar cada vez mais presentes. Podemos trazer para cá a experiência de Portugal e poder contribuir em relação ao tema”, afirma.
No Brasil não existe uma regulação específica do setor, apenas algumas normativas da Receita Federal e de autorregulação, que acabam abrangendo apenas algumas das empresas que atuam no setor.
Como a Criptolojas é uma empresa muito nova, a ideia é que a 2TM, que hoje tem 700 funcionários, possa ajudá-la a ganhar tração e escala. “Poderemos acelerar a operação com a nossa estrutura”, explica Mellão, lembrando que a conclusão do negócio ainda precisa passar pelo crivo do regulador português. Pelo contrato firmado, a 2TM adquire uma fatia majoritária do negócio, mas tem a opção de adquirir até a totalidade das ações até 2025.
Sobre próximos movimentos de aquisições, Mellão afirma que existe uma análise constante das oportunidades do mercado, mas que Há um desejo já público de avançar na América Latina, em países como México, Argentina, Chile, Colômbia e Peru.