
27 de julho de 2011 | 16h58
José Manuel González-Páramo, integrante do Conselho Executivo do Banco Central Europeu (BCE), afirmou que é cedo demais para dizer se a instituição aceitará títulos da dívida grega como colaterais ao conceder empréstimos a bancos. "Não sabemos ainda o que as agências de rating vão fazer, nem os detalhes do novo fundo de ajuda", disse González-Páramo a repórteres.
Em entrevista a ser publicada nesta quinta-feira pela revista francesa Le Point, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, diz que o novo pacote de ajuda à Grécia parece estar de acordo com a posição do próprio BCE, contra criar um "evento de crédito" (que implicaria a declaração de default pelas agências de rating) e contra obrigar os detentores de bônus a participar.
A participação do setor privado no plano foi aceita pelo BCE no último minuto, na semana passada. Mas as agências de rating poderão interpretar essa participação como um default seletivo, o que tornaria impossível para os bancos gregos terem acesso a empréstimos do BCE usando bônus da dívida do país como colaterais.
González-Páramo também disse que o programa de compra de bônus do BCE continua em andamento, apesar da decisão recente dos chefes de governo dos países da zona do euro de permitir que o fundo europeu de estabilidade financeira compre bônus diretamente no mercado secundário.
Ele também exortou a Espanha e a Itália a tomarem todas as medidas necessárias para o cumprimento de suas metas fiscais e afirmou que a Grécia está comprometida com a solução de seus problemas.
Na última escalada da crise da dívida europeia, um movimento forte de vendas atingiu os bônus da Espanha e da Itália, provocando quedas fortes de preço e, portanto, altas nas taxas de retorno. Novas elevações dos juros desses bônus poderão forçar o BCE, que tem estado fora dos mercados nas últimas semanas, a comprar títulos desses países. González-Páramo preferiu não fazer declarações sobre as chances de isso acontecer. As informações são da Dow Jones.
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