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Editoras se unem e criam distribuidora de livros digitais

Empresa espera chegar em 2011 com faturamento de R$ 12 milhões e mais de 10 mil títulos disponíveis

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A expectativa da revolução editorial trazida pelos livros digitais fez um grupo de sete editoras se movimentar para entrar de vez nesse mercado. Objetiva, Record, Sextante, Intrínseca, Rocco e Planeta criaram em parceria uma empresa de distribuição de e-books que espera faturar até o fim de 2011 cerca R$ 12 milhões. As negociações que culminaram com a criação da Distribuidora de Livros Digitais (DLD) começaram no fim do ano passado.

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A nova empresa funcionará como uma plataforma que vai estocar de forma digital os livros das editoras clientes. "Quando um leitor adquirir um livro numa livraria digital, ele vai receber um link para baixar diretamente da plataforma. Isso será feito de tal maneira que nem a plataforma terá acesso aos dados de identificação desse leitor, nem a livraria ao conteúdo do livro", explica Sérgio Machado, da Record.

A empresa não vai vender para o consumidor final. Os e-books serão comercializados inicialmente para livrarias que têm loja fixa, como Cultura e Saraiva e, depois, vendidos para as virtuais, como Gato Sabido, Amazon e Apple.

A meta da distribuidora é oferecer até o fim de 2010 pelo menos 500 títulos digitais. A partir do ano que vem, a empresa pretende incluir mensalmente uma média de 300 títulos ao acervo. Qualquer editora pode se tornar cliente da DLD. Algumas já estão confirmadas, como a Bertrand, Bestseller, José Olympio, Prumo e Verus, além das editoras que integram a sociedade. "A DLD é apenas uma distribuidora, como tantas que existem hoje trabalhando com livros impressos", diz Roberto Feith, da Objetiva. A empresa, segundo ele, vai oferecer serviços de hospedagem e logística virtual, além de garantir a "proteção contra a pirataria" e a " integridade do processo para toda a cadeia".

Embora cada editora tenha o direito de determinar o preço da edição digital, os sócios da DLD estimam uma redução de até 30% no valor do e-book em comparação com a edição de papel.

Para definir o tamanho do mercado que vão abocanhar nos próximos anos, as editoras que fundaram a nova distribuidora de livros digitais tomaram como ponto de partida os dados do Sindicato Nacional dos Editores de Livros e da Câmara Brasileira do Livro, além de pesquisas internacionais. No Brasil, a informação mais recente é de 2008, quando as editoras de obras gerais venderam 63,5 milhões de exemplares. A empresa calcula que pelo menos 10% desse total migre para e-books. "Nos Estados Unidos existem profissionais que acreditam que no final de 2012 25% dos livros serão consumidos em formato digital", diz Feith.

Outra expectativa da DLD é que até o fim do próximo ano 150 mil e-readers estejam disponíveis no Brasil. A previsão é de que esse mês a Apple comece a vender sua criação, o iPad, oficialmente no Brasil.

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