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Efeito do câmbio na dívida beneficia Braskem no 2o tri

Por Tais Fuoco
Atualização:

A Braskem, maior petroquímica da América Latina, teve uma alta de 36 por cento no lucro líquido do segundo trimestre sobre o mesmo período de 2007 graças, em boa parte, à desvalorização cambial, já que 70 por cento da dívida da companhia está atrelada ao dólar. O resultado foi um ganho de 383 milhões de reais sobre um lucro líquido de 281 milhões de reais no mesmo trimestre do ano anterior. O resultado financeiro, por sua vez, foi positivo em 407 milhões de reais, revertendo o resultado negativo de 59 milhões de reais no mesmo trimestre de 2007. Os dados operacionais do trimestre, entretanto, mostram o impacto da alta do petróleo nas margens da companhia. Segundo Bernardo Gradin, presidente da Braskem, o preço da nafta, matéria-prima do setor de resinas obtida a partir do petróleo, subiu 48 por cento sobre o mesmo trimestre do ano passado e quase 50 por cento no semestre. "Foi um impacto significativo nos nossos custos, de 601 milhões de reais no semestre", disse o executivo em encontro com a imprensa. Em junho, a Braskem anunciou cerca de 10 por cento de elevação nos preços das suas resinas para julho e outros 10 por cento em agosto. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da empresa teve uma redução de 400 milhões de reais ano a ano, ou 44 por cento de queda sobre o mesmo trimestre de 2007, fazendo com que a margem Ebitda caísse 6,7 pontos percentuais. MERCADO DOMÉSTICO AQUECIDO Diante da desaceleração no mercado americano e do aquecimento do mercado interno, a Braskem reduziu o volume de exportações no segundo trimestre e pretende continuar a dedicar prioridade ao mercado doméstico no segundo semestre, segundo o presidente. "Não posso adiantar números, mas a prioridade será o mercado interno, até porque nosso concorrente fará uma parada de manutenção", disse Gradin, referindo-se à parada programada da Petroquímica União. Em relação à crise na economia americana, o executivo afirmou que "sem dúvida terá impacto no nosso negócio, mas os mercados emergentes sustentarão crescimento dos negócios, especialmente o Brasil". (Reportagem adicional e edição de Renato Andrade)

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