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Eike Batista cria sua 10ª empresa, agora na área de alimentação

A NRX, joint venture com a multinacional Newrest, vai fornecer serviços de alimentação a aeroportos e plataformas de petróleo

Por Glauber Gonçalves
Atualização:

RIO - O empresário Eike Batista anunciou hoje a criação de sua décima empresa, num claro sinal de que seu ímpeto por espalhar negócios pelos mais diferentes setores da economia segue firme.

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Depois da sua incursão no mundo do entretenimento e dos esportes anunciada com pompa este mês, o bilionário agora mira o segmento de alimentação e hotelaria voltado para instalações offshore, de olho nas oportunidades que o crescimento da indústria petrolífera vai gerar no País.

A nova empresa X, letra usada como marca das companhias de Eike, é a NRX, joint venture com o grupo multinacional Newrest, que já atua em 46 países oferecendo serviços de catering (refeições) e deve faturar US$ 800 milhões este ano. Na nova empreitada, Eike vai atuar ainda nos segmentos de catering aéreo e ferroviário e na prestação de serviços também para instalações onshore (em terra), além de limpeza.

O empresário, porém, não deve encontrar facilidades pelo caminho, afirma o diretor superintendente da Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (Aberc), Antonio Guimarães. Na avaliação dele, a falta de experiência do Grupo EBX no setor e o pouco conhecimento que o Grupo Newrest tem do mercado brasileiro podem ser obstáculos ao avanço da nova empresa.

"É dificílimo entrar. Muitas empresas de grande gabarito internacional, como a americana Aramark, tentaram entrar aqui várias vezes e não conseguiram", diz. Uma saída, segundo Guimarães, seria a aquisição de uma empresa brasileira, para adquirir, com ela, o conhecimento do mercado local. Essa foi a estratégia adotada no caso da IMX, joint venture de esportes e entretecimento da EBX com a multinacional IMG, que recentemente comprou a Brasil1.

Plataformas

O segmento mais promissor, para especialistas, é o offshore, já que a exploração do pré-sal vai exigir a entrada de uma série de novas plataformas em operação. O crescente número de profissionais trabalhando em alto-mar vai exigir serviços de acomodação e alimentação adequados.

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"Não vai faltar mercado", diz Isnard Marshall, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "Com o volume de investimentos previsto para os próximos anos, toda a cadeia atrelada ao setor de óleo e gás acabará sendo beneficiada, do catering à operação de helicópteros. E nós estamos atrasados para fazer frente aos compromissos da Petrobrás no que tange a parte de produção e exploração", avalia.

Em maio, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, estimou que, até 2020, a estatal terá de triplicar o número de plataformas na exploração e produção de campos do pré-sal, passando para 53, somente neste segmento. Além disso, Eike tem um mercado de reserva. A OGX, empresa de petróleo do empresário, prevê que precisará de 48 plataformas offshore até 2019.

A NRX não revelou valores de investimentos ou detalhes dos planos, mas estima que o setor movimente cerca de R$ 13 bilhões no Brasil. O plano é treinar mil profissionais nos próximos cinco anos. "Com a NRX-Newrest, vamos elevar para outro patamar esse mercado em expansão no Brasil", disse Eike Batista, em comunicado.

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