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Eike vai criar a petroleira OGX para participar de leilão

O investimento inicial na OGX será de US$ 500 milhões, e a intenção é de que a empresa participe sozinha do leilão, para depois fechar parcerias

Por Reuters
Atualização:

A EBX, holding do empresário Eike Batista, criou uma empresa, a OGX, para participar da nona rodada de licitações de petróleo e gás da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), prevista para 27 e 28 de novembro. De acordo com Batista, o investimento inicial na OGX será de US$ 500 milhões, e a intenção é de que a empresa participe sozinha do leilão, para depois fechar parcerias. "No fundo, da mesma maneira que a MMX trouxe parceiros importantes e investidores estrangeiros, pretendemos fazer isso com a OGX, acredito que empresas estrangeiras que estejam estudando o Brasil tenham interesse de se associar com empresas locais", afirmou Batista a jornalistas nesta terça-feira. Ele informou que a exemplo do que ocorreu com as outras empresas do grupo, a OGX deverá abrir capital cerca de dois a três anos após o leilão da ANP. A empresa também tem planos de explorar gás na Bolívia para atuar em sinergia com a siderúrgica do grupo que entrará em operação no final deste ano, e que já foi alvo de conflito entre a companhia brasileira e o governo Evo Morales, no ano passado. Bolívia O empresário chegou a ameaçar uma retirada da siderúrgica da Bolívia, mas voltou atrás e decidiu terminar o projeto. "O governo (Bolívia) quer gerar riqueza e precisa de capital e gente qualificada", afirmou Batista. Depois de meses de disputas com o governo boliviano, Batista agora defende a nacionalização promovida por Morales. "Se você quiser ir para a Bolívia tem que aceitar as condições desse modelo, onde o governo fica com 51% e o empresário com 49%. Se os 49% pagam a conta do empresário, tudo bem", avaliou. Ele disse que para a nova empresa contratou técnicos da Petrobras, como Paulo Mendonça e Luis Reis, além do ex-presidente da estatal, Francisco Gros. "Nós, do setor siderúrgico, consumimos muita energia, queremos agregar valor aos nossos produtos, é uma direção natural ir para a área de gás. A cultura do grupo é de risco e investimento e pesquisa", disse Batista. Vale do Rio Doce Segundo fontes, com o mesmo pensamento a Companhia Vale do Rio Doce também estaria avaliando a entrada na nona rodada da ANP, e para isso teria contratado o ex-diretor-geral da ANP David Zylbersztajn. A empresa não confirma o interesse na nona rodada nem a contratação, mas, segundo analistas, esse novo nicho seria bem recebido pelos investidores. Para a Vale, a entrada no setor significaria ficar mais perto da BHP, maior mineradora do mundo em valor de mercado, e que tem um forte braço em energia. "Faz sentido desviar o Capex para energia se ela (Vale) está olhando lá na frente uma possível falta de insumo para acompanhar os planos de aumento de produção, é como um hedge", avaliou o analista Rodrigo Ferraz, do Brascan. A empresa anunciou recentemente um agressivo plano de investimentos para aumentar a produção atual de 300 milhões de toneladas para 450 milhões de toneladas. O consultor da área de petróleo, Jean Paul Prates, da Expetro, vê inclusive espaço para as duas companhias - Vale e OGX - se unirem nessa empreitada. Ele afirmou que a entrada de mineradoras em licitações de petróleo "é um caminho natural", até porque as empresas já estariam acostumadas ao risco geológico, "é um processo de evolução natural", observou. "Essa área (petróleo e gás) precisa de empresas capitalizadas e que tenham vocação para administrar risco, acho que o setor de mineração é o que mais se aproxima do setor de petróleo, até em questões regulatórias", afirmou Prates.

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