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Eletropaulo tem prejuízo de R$354,4 mi, por gastos com energia

A AES Eletropaulo, distribuidora de energia da região metropolitana de São Paulo, teve um prejuízo líquido de 354,4 milhões de reais no segundo trimestre de 2014, revertendo lucro registrado no mesmo período do ano passado, sob impacto do aumento das despesas com energia comprada para revenda. Essas despesas subiram 94,3 por cento no segundo trimestre, na comparação anual, totalizando 1,98 bilhão de reais, diante do aumento de 40,6 por cento no preço médio da energia comprada. A despesa foi parcialmente compensada por repasse de recursos por meio da Conta-ACR, que tem ajudado as distribuidoras a cobrir gastos de curto prazo com energia relacionados à descontratação e forte acionamento de térmicas mais caras. A Eletropaulo obteve 336 milhões de reais dessa conta no segundo trimestre, mas ainda não recebeu outros 218,2 milhões de reais referentes às despesas de maio e junho, o que ajudou a piorar o resultado. "Caso a companhia tivesse recebido os aportes de recursos da Conta-ACR referentes a maio e junho, o Ebitda teria sido negativo em 164,5 milhões de reais no segundo trimestre de 2014 e 330,5 milhões de reais no primeiro semestre de 2014", informou a empresa nesta quarta-feira. Nenhuma distribuidora de energia recebeu ainda os recursos para cobrir despesas de maio e junho, o que só deve acontecer quando o governo conseguir fechar um novo empréstimo com bancos no total de 6,5 bilhões de reais para arrecadar recursos para a Conta ACR. A expectativa é que o empréstimo saia ainda nesta semana. Sem esses recursos, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) reportado da Eletropaulo ficou negativo em 382,7 milhões de reais, ante Ebitda positivo de 509,6 milhões de reais no mesmo período do ano passado. A receita líquida da companhia subiu 2,6 por cento no período, para 2,2 bilhões de reais.

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Por Redação
Atualização:

CRESIMENTO DE MERCADO

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O mercado total atendido pela Eletropaulo apresentou uma redução de 0,1 por cento no consumo de energia no segundo trimestre, resultado impactado por 1,3 dia a menos no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a companhia.

Excluindo os clientes atendidos no mercado livre, a companhia teve um aumento de 0,3 por cento no consumo de energia, influenciado principalmente pelo aumento de 4,8 por cento da demanda dos clientes comerciais.

A empresa reduziu as perdas de energia não-técnicas, relacionadas ao furto de energia, em 0,2 ponto percentual para 9,9 por cento, segundo dados fechados no segundo trimestre. Os investimentos no trimestre somaram 169,4 milhões de reais.

(Por Anna Flávia Rochas)

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