O vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da Embraer, Luiz Carlos Aguiar, afirmou hoje que a empresa deverá definir em breve se fecha ou não sua fábrica na China. Em teleconferência com jornalistas para apresentar seus resultados do terceiro trimestre, o executivo afirmou que não há uma definição sobre o tema, mas seria natural tomar a decisão de desativá-la, uma vez que a empresa não tem mais ordens de compra para os aviões que são montados na unidade, o 145. "As últimas entregas estão previstas para o primeiro trimestre", informou.A empresa tem uma fábrica na China em associação com a Aviation Industries of China (Avic), para a fabricação do ERJ-145, de 50 lugares. A ideia da Embraer seria ter a autorização para fazer um avião maior, de capacidade para 120 passageiros. Porém, a China está desenvolvendo aviões próprios.O executivo destacou ainda que a empresa tem contratos em curso para exportação do modelo 190 para o país. "Além disso, acabamos de certificar o primeiro centro de serviços para aviões comerciais na China", disse, lembrando que existem mais de 100 aviões da Embraer voando no país atualmente.A Tianjin Airlines Company Limited fará manutenção programada e não programada nos jatos ERJ 145 e 190 no país. A empresa, uma subsidiária do grupo HNA, é a antiga Grand China Express, cliente que lançou o jato 190 na China. A empresa opera a maior frota de jatos Embraer no país.Sistema de segurançaO desenvolvimento de sistemas de segurança para o setor de aviação deverá ser um dos novos negócios que a Embraer pretende desenvolver após a alteração de seu estatuto social, tema que será votado em assembleia geral extraordinária marcada para 19 de novembro. Aguiar explica que o movimento é natural, visto que a empresa já atua no segmento de defesa.Segundo o executivo, o objetivo é aproveitar a experiência que a empresa já tem no desenvolvimento de tecnologias e gestão e integração de sistemas. O executivo afirmou, no entanto, que não espera que o novo segmento tenha impacto no resultado da empresa no curto prazo. "Acreditamos que essa atuação agregue valor ao nosso negócio no médio e longo prazo", disse.Em setembro, o conselho de administração da Embraer havia aprovado a proposta de incluir as seguintes atividades ao seu objeto social: "projetar, construir e comercializar equipamentos, materiais, sistemas, softwares, acessórios e componentes para as indústrias de defesa, de segurança e de energia, bem como promover ou executar atividades técnicas vinculadas à respectiva produção e manutenção, mantendo os mais altos padrões de tecnologia e qualidade".A proposta prevê ainda que a companhia passará a "executar outras atividades tecnológicas, industriais, comerciais e de serviços correlatos às indústrias de defesa, de segurança e de energia". Questionado sobre o desenvolvimento de novas aeronaves, o executivo informou que novos projetos devem ficar para 2011. "Estamos estudando alternativas, ouvindo clientes, assim como estamos atentos ao movimento da concorrência", disse.