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Engie avalia investimentos em gás natural

Companhia geradora de energia elétrica está de olho em gasoduto da Petrobrás e também em distribuidoras estaduais

Por Denise Luna (Broadcast)
Atualização:

RIO - A Engie Brasil, maior geradora de energia elétrica privada do País, analisa negócios na área de gás natural para crescer no Brasil. A companhia avalia a aquisição da Transportadora Associada de Gás (TAG), da Petrobrás, e também de distribuidoras estaduais que venham a ser privatizadas em 2018. 

De acordo com o presidente da Engie Brasil, Mauricio Bahr, o gás natural será importante passo para sustentar a transição da companhia para a energia renovável, foco principal da Engie global. A matriz já decretou o fim das energias poluentes em seus portfólios pelo mundo. No Brasil, a empresa saiu ano passado da área de exploração e produção de petróleo e agora está se desfazendo das usinas termelétricas a carvão.

Engie Brasil quer aumentar apostas em energia sustentável Foto: JF Diorio/Estadão

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“Nosso interesse é entrar na cadeia de valor do gás. Uma das oportunidades seria o gasoduto do Nordeste (TAG). Temos de ver exatamente como é a configuração que desenharam para essa venda”, afirmou Bahr ao Estadão/Broadcast. A Petrobrás informou, ao mercado, que iniciou a fase de proposta não vinculante da venda da TAG.

A TAG é uma companhia que atua no setor de transporte de gás natural, com autorizações de longo prazo para operar e administrar um sistema de gasodutos de cerca de 4,5 mil quilômetros de extensão, nas regiões Norte e Nordeste. No ano passado, a Petrobrás vendeu o gasoduto NTS para a Brookfield.

Bahr observou que, antes de fazer a proposta, terá de analisar, junto com potenciais sócios, o que fará com parte dos ativos colocados neste pacote, caso do trecho Coari-Manaus. “(Coari-Manaus) é um gasoduto meio isolado e atende um mercado específico. Então, temos de avaliar o que significa isso. A parte do Nordeste (Gasene, Malha NE), que tem acesso a outros mercados, seria mais interessante”, disse.

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Para ele, a expectativa é de que se forme um consórcio para disputar a TAG, avaliada no mercado em cerca de R$ 15 bilhões. 

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Leilões. Pronto para participar dos leilões de energia elétrica no fim do ano, além do leilão de linhas de transmissão, Bahr tem planos também para a única termelétrica a gás da empresa no País, localizada em Mato Grosso do Sul. “Ela foi construída por causa de restrições de abastecimento para evitar que Campo Grande não sofresse nenhum tipo de interrupção de fornecimento. Hoje, contudo, o sistema já evoluiu bastante com os leilões de transmissão e essa térmica é menos necessária.

Por isso vamos estudar outras possibilidades: vender ou colocar ela em outro lugar”, afirmou.

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A construção de outras térmicas, porém, não faz parte dos planos de curto prazo da Engie Brasil, que mira projetos de maior porte. “Estamos estudando outras oportunidades no Sudeste, principalmente no Rio, Espírito Santo e São Paulo, com a chegada do gás do pré-sal para oferecer nos leilões (do governo). Não esse ano, ainda precisamos trabalhar um pouco mais.” A empresa tem investido também no segmento de serviços e estuda participar de Parcerias Públicos Privadas (PPP) de iluminação pública em diversos municípios no Brasil. A empresa tem orçamento de R$ 8 bilhões nos próximos cinco anos no Brasil, sem contar aquisições.

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