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Enquanto Smart Fit estreia em alta de 35%, InterCement adia chegada à Bolsa

Em semana agitada na B3, rede de academias vê forte demanda por seus papéis, que tiveram alta de 34,78% em seu 1º pregão; já a vice-líder em cimentos recuou da abertura de capital por não conseguir demanda pelo preço ofertado

Foto do author Cynthia Decloedt
Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Cynthia Decloedt (Broadcast), Altamiro Silva Junior (Broadcast) e Fabiana Holtz
Atualização:

Mesmo em um mercado aberto a diversos tipos de segmento e com a expectativa de que a captação com novas ofertas de papéis no ano seja recorde, o resultado dos IPOs (ofertas iniciais de ações, na sigla em inglês) tem sido variado na B3, a Bolsa brasileira. Duas das aberturas de capital planejadas para esta semana ilustram bem esse cenário: enquanto a rede de academias Smart Fit viu sua oferta exceder em 20 vezes a demanda, a InterCement (vice-líder no setor de cimento do País) decidiu adiar sua operação ao perceber que não conseguiria o preço esperado.

Depois de determinar o preço de suas ações na segunda-feira, a Smart Fit teve ontem uma estreia forte no mercado acionário brasileiro. O papel da companhia, embalado pelo otimismo com a retomada do setor de bem-estar pessoal na esteira da vacinação contra a covid-19, disparou 34,78% em seu primeiro pregão, subindo para R$ 31 – ou R$ 8 a mais em relação ao preço de R$ 23 do início das negociações. A companhia atua no Brasil e também no exterior e é considerada destaque em relação a seus pares na América Latina

IPOs desta semana na B3 mostram desempenho variado entre as companhias. Foto: Werther Santana/Estadão

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Já a InterCement, segundo apurou o Estadão/Broadcast, decidiu adiar sua abertura de capital, cuja precificação seria definida ontem, depois da sinalização de investidores de que só estão dispostos a pagar um preço abaixo do chamado piso da faixa sugerida – de R$ 18,20 a R$ 25,50. Pelo preço médio, a operação poderia movimentar R$ 3,3 bilhões, considerando o lote principal, de 150 milhões de ações.

Entre as razões que pesaram para o menor interesse dos investidores está o fato de a operação ser totalmente secundária, com os recursos indo apenas para os sócios, e não para a empresa empreender um ritmo novo de expansão. Outro fator é a realidade do setor de cimento, que tem capacidade ociosa elevada, com baixo potencial de crescimento no curto prazo.

Além disso, a maior companhia do setor, a europeia LafargeHolcim, colocou seu negócio no Brasil à venda, o que traz incerteza adicional sobre como fica a competição neste mercado. Uma fonte observa que a valorização pedida no IPO da InterCement é igual ao da Votorantim Cimentos, operação que chegou a ir a mercado em 2013, mas que também não saiu do papel.

Meio do caminho

A octogenária Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) conseguiu demanda para sua oferta inicial de ações (IPO, pela sigla em inglês), que movimentou R$ 1,61 bilhão, mas aceitou receber um preço de R$ 11,20 por ação, 20% abaixo do piso mínimo projetado, que variava de R$ 14 a R$ 18.

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A fabricante de alumínio vai estrear na Bolsa hoje, valendo R$ 6,7 bilhões. A CBA era citada no mercado como a “joia da coroa” do grupo dos Ermírio de Moraes. Na oferta, o Grupo Votorantim realizou uma venda de uma fatia de sua participação e embolsou R$ 910 milhões, conforme fontes de mercado. Essa será a segunda empresa do grupo a ter capital aberto. A primeira foi a Nexa, de mineração. Hoje, a fabricante de eletrônicos Multilaser deve definir o preço de seu IPO na B3.

Já a Privalia, outlet online de vestuário e utilidades, partiu para uma segunda tentativa de emplacar uma oferta primária de ações, com pretensão de captar R$ 1,53 bilhão – cerca de metade do que vislumbrou no ano passado. A possibilidade de alta do juro nos EUA e uma reavaliação das empresas de e-commerce e tecnologia justificam a revisão do tamanho da oferta.

O ano de 2020 foi de muita valorização das empresas de comércio eletrônico, explica o analista da Eleven Financial, Eric Huang. “Quando olhamos o setor de e-commerce, ele é positivo. Há alguns setores, porém, mais consolidados, como o de eletrodomésticos. A Privalia é um outlet digital, mais voltado para ofertas do que para um segmento específico. Assim, existe a visão de que possa concorrer com grandes marketplaces mais genéricos”, diz. /COLABOROU TALITA NASCIMENTO

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